Até poucos anos, o 1o de maio era uma data festiva. Em São José dos Campos, por exemplo, havia a tradicional macarronada no bairro Jardim Novo Horizonte, servida gratuitamente, acompanhada de shows por todo o feriado.
Os trabalhadores comemoravam. Estavam empregados e possuíam direitos trabalhistas. Em 2014, o Brasil fechou o ano com a menor taxa de desemprego da sua história: 4,8%!
De lá pra cá, muita coisa mudou.
A primeira medida drástica, tomada no governo Temer, foi a Emenda Constitucional do Teto dos Gastos Públicos, que congelou por 20 anos os investimentos nas áreas de saúde, educação, meio ambiente, cultura, infraestrutura etc., para garantir o pagamento aos grandes bancos, o pagamento da dívida pública.
No governo Bolsonaro, a Reforma Trabalhista, que prometia “desonerar o patrão para que o trabalhador fosse melhor remunerado”, retirou direitos trabalhistas, facilitou a demissão, legalizou o trabalho sem registro em carteira, legalizou a terceirização e dificultou o acesso à aposentadoria.
Em seguida, a Reforma da Previdência, com o mesmo discurso ilusório, retirou direitos de pensionistas e aumentou o tempo mínimo de contribuição e a idade para a conquista da tão sonhada aposentadoria, sem levar em consideração as especificidades de cada categoria.
Neste ano, a Reforma Administrativa se junta ao ciclo de ataques à sociedade: o investimento em educação e saúde públicas irá diminuir. As instituições públicas, que prestam serviços gratuitos à população, terão cada vez menos recursos financeiros e humanos. Os servidores públicos, categoria tão difamada pelo governo, serão massacrados.
A toda essa catástrofe, soma-se a pandemia do coronavírus. Sem políticas públicas de combate à pandemia, com a recusa, por parte do governo federal, de 11 ofertas de vacina, o Brasil acaba de ultrapassar a marca de 400 mil mortos! Pequenos comerciantes faliram. Milhares de pessoas perderam o emprego. Grandes multinacionais deixaram o país. O desemprego e a fome voltaram.
No Dia do Trabalhador de 2021, não temos o que comemorar, mas não podemos ficar de braços cruzados.
A sociedade precisa se unir! Precisamos exigir do governo a ampliação da vacinação contra o coronavírus, com eficiência e rapidez. Precisamos exigir, a exemplo de outros países, um combate efetivo à pandemia, com políticas públicas que possam realmente garantir a sobrevivência dos que não podem trabalhar nesse período.
Precisamos exigir do governo, que governe em defesa do seu povo e do seu país, que respeite os direitos trabalhistas da Constituição Cidadã de 1989, sem vendê-los barato ao financismo especulador.
Todos à luta!