Desde o início da pandemia, fica claro àqueles que leem, pensam e avaliam o contexto das informações que circulam na mídia, que o presidente da República, Jair Bolsonaro e sua equipe, demonstraram clara ausência de ações e atitudes pela proteção e saúde da população. Não faltaram declarações absurdas e chacotas sobre a Covid-19. Milhares de brasileiros agonizaram até a morte por uma doença para a qual já existem vacinas oferecidas, mas que o governo se recusou a comprar.
Bolsonaro agravou em muito a crise sanitária tentando impedir ações de combate à pandemia, desautorizando governadores, incentivando aglomerações, fazendo campanha contra o uso de máscaras (ele mesmo não usa no Brasil, mas usou, na marra, quando foi ao pequenino Equador) e vacinas, além de promover e divulgar fake news sobre o uso de medicamentos cientificamente comprovados como ineficazes no combate ao coronavírus, um verdadeiro atentado contra a vida e a saúde do povo brasileiro. Virou garoto propaganda da cloroquina.
As seguidas recusas de compra de vacinas, praticadas deliberadamente por Bolsonaro, podem ter contribuído para a morte de muitos brasileiros. De acordo com a CPI da Covid, se Bolsonaro não tivesse recusado as ofertas, o Brasil já poderia ter 100 milhões de vacinas só do Butantan. O diretor deste Instituto, Dimas Covas, confirmou que o governo Bolsonaro inicialmente mandou cancelar contrato de 100 milhões de doses da Coronavac.
O gerente-geral da farmacêutica Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, confirmou em seu depoimento aos senadores da CPI da Covid que o governo de Jair Bolsonaro rejeitou três ofertas claras e efetivas de 70 milhões de doses da vacina Pfizer/BioNTech, cujas primeiras doses poderiam ter sido entregues em dezembro de 2020, ou antes. A segunda e terceira ofertas de 70 milhões de doses foram feitas em 18 e 26 de agosto de 2020, e também não foram aceitas pelo governo.
Quantas vidas poderiam ter sido salvas se Bolsonaro cumprisse APENAS seu papel de presidente da nação? Aquele que deveria cuidar de sua população, seguiu o caminho oposto.
Os delírios do governo Bolsonaro renderam 121 pedidos de impeachment, todos “abafados” no Congresso pelo “Centrão”, a quem o governo concede favores para continuar com o massacre ao povo brasileiro, enquanto a nossa indústria é desmontada e levada para outros países.
Quase atingindo a marca de 500 mil mortos pela pandemia, e sem qualquer perspectiva de melhora, a população vai às ruas pedir: a imediata saída de Bolsonaro e toda a sua equipe, agilidade na ampliação da vacinação, mais recursos para o tratamento dos pacientes com Covid-19 e o pagamento de auxílio emergencial de R$600,00 para todos os necessitados.
A primeira manifestação, realizada em 29 de maio, também conhecida por #29M, contou com a participação de milhares de pessoas em todos os estados do país e em algumas cidades no exterior. Foi um movimento iniciado por estudantes por meio das redes sociais, que ganhou o reforço dos movimentos sociais (Povo sem Medo, Brasil Popular e Coalizão Negra por Direitos) e, principalmente, dos familiares das vítimas da Covid-19 e que agora ganha ainda mais adeptos.
Para o próximo dia 19 de junho, mesmo no auge da pandemia, novas manifestações já foram confirmadas em todas as capitais e em muitas cidades do interior. É o #19J.
Os manifestantes certamente consideram o governo Bolsonaro tão ou mais perigoso que o vírus e convocam toda a população para as manifestações, mantendo o distanciamento físico e fazendo o uso de máscaras de proteção e de álcool em gel.