Realizada na última sexta-feira (08/10), a pequena cerimônia de comemoração aos 51 anos da unidade de Cachoeira Paulista não teve a presença do ministro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, que foi substituída pelo Subsecretário de Unidades Vinculadas do MCTI (Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações), Aléx Fabiano Ribeiro de Magalhães.
Óbvio: Após o anúncio de novo corte de verbas para C&T (92% – dos R$ 690 milhões, apenas R$ 55,2 milhões serão repassados ao ministério), não é de se estranhar que o ministro cancelasse eventos, para não ser questionado sobre o tema. Mais uma “bola nas costas”? Submissão?
No evento em Cachoeira Paulista, desconsiderando os problemas relacionados à total falta de verbas, o diretor do INPE, Clézio de Nardin, fez um discurso otimista demais frente ao cenário que enfrenta o INPE e a C&T. Afirmou ele que, em um ano de gestão, está colocando “as coisas de volta nos rumos certos” mostrando estilo igual a seu chefe maior, e ficou feliz por anunciar que a AEB fornecerá recursos para que o INPE consiga honrar contas básicas, como energia, manutenção e segurança até o final do ano, despesas obrigatórias do MCTI.
Além disso, seguindo os preceitos da “escolinha de marketing” de seu chefe, gravou um vídeo falando sobre substituto do supercomputador Tupã, o Egeon.
Nos causa indignação que o rumo certo, na visão do diretor, seja garantir o básico para o instituto e desconsidera os diretores anteriores como se eles tivessem feito uma má gestão. Permanece o “estilo Bolsonaro”.
Com 60 anos de história do INPE de São José dos Campos e 51 da unidade de Cachoeira, como pode seu diretor ter orgulho e ufanismo da situação precária que a instituição e seus servidores enfrentam?
Alinhado ao governo, o diretor do INPE, em vez de cobrar investimentos, finge não ver os constantes cortes no orçamento e agradece por migalhas, agradando assim a interessados no desmonte do INPE e da C&T.
Em reunião com o SindCT, naquela mesma semana, o diretor postergou de vários questionamentos, dizendo que na sexta-feira em Cachoeira Paulista teria boas notícias.
Apenas sobre a questão do monitoramento do Cerrado, garantiu que haverá verbas para continuidade do programa, mas que somente na semana do dia 12 deverá ser confirmado.
Outros temas também foram tratados nessa reunião. Sobre o retorno ao trabalho presencial, Clézio informou que há a possibilidade de ser agendado o retorno para o dia 8 de janeiro, caso as condições sejam seguras para que isso ocorra. Informou também estarem estudando, juridicamente, o retorno os servidores que se recusam a serem vacinados contra a covid-19 e o de voluntários (aposentados que comparecem quando são solicitados).
Foi frustrante para o presidente do SindCT, que compareceu ao evento na sexta-feira e não ouviu as tais notícias boas que foram prometidas.
Temos que defender o INPE e a C&T dos ataques de desmonte e estrangulamento que estes sofrem.