Servidoras e servidores públicos federais, que lutam por reajuste salarial emergencial de 19,99%, de forma a ao menos recompor as perdas acumuladas nos últimos três anos, realizaram nesta quinta-feira (28), Dia Nacional de Luta, atos, mobilizações e paralisações de 24h em diversas cidades do país.
A data faz parte da Jornada de Lutas que começou na última segunda-feira (25) e vai até o dia 29 de abril. Nesta terça e quarta-feira, dias 26 e 27, a categoria fez vigília em frente ao Ministério da Economia (bloco P).
Em Brasília, cerca de 8 mil pessoas marcharam nas manifestações na Esplanada dos Ministérios, com concentração às 9h no Espaço do Servidor (entre os blocos C e D – Esplanada dos Ministérios) indo até o Congresso Nacional.
O SINDCT tem realizado toda terça-feira a partir das 8 horas da manhã, ato em frente à portaria do INPE, atividade esta que deverá continuar a ocorrer ao longo das próximas semanas até que o movimento reivindicatório alcance seus objetivos. Os servidores e servidoras do DCTA, INPE, CEMADEN e AEB estão convocados a engrossar este movimento. NO local são disponibilizadas duas tendas, carro de som, faixas e “banners” e um café caprichado! Venha participar e discutir os rumos do movimento. Compareça, apoie, leve mais colegas. A hora é de lutar.
ESTRATÉGIA DO GOVERNO CONTRA REAJUSTE EMERGENCIAL DE 19,99%
Duas semanas após tentar desmobilizar as greves pela reposição das perdas salariais, Bolsonaro ainda não “tomou decisão” de reajustar os salários dos servidores, por isso, a desconfiança toma conta de técnicos da Câmara dos Deputados que trabalham para os partidos progressistas, da oposição: a de que a demora no envio do projeto de lei é uma jogada calculada para que ele não seja aprovado a tempo de cumprir o prazo estabelecido pela lei eleitoral e fique para 2023.
Esses técnicos temem que, se isso acontecer, Bolsonaro venha a responsabilizar o Congresso pela falta de reajuste em 2022. Nesse caso, o único aumento já garantido é o dos policiais. O plano inicial do governo era mesmo o de aumentar apenas os salários dos policiais federais, agentes e policiais rodoviários federais e, no caso do reajuste dos policiais, não é necessário tomar nenhuma nova providência, já que esse aumento foi aprovado e incluído na lei orçamentária de 2022 via emenda de comissão.
Fica claro que o Planalto está usando o calendário para dar o reajuste somente para os “aliados”, e já começou a procurar um culpado, diz um dos técnicos que está mapeando a operação do governo.
Nas reuniões com funcionários do Ministério da Economia sobre assuntos do legislativo, os assessores dos deputados notaram uma contida torcida para que não dê tempo de aprovar o reajuste, o que é de surpreender, pois lá está incrustado um grande grupo de tecnocratas “neoliberais” levados por Bresser Pereira nos anos 90. Bresser mudou completamente seu entendimento, mas os pendurados no hoje Ministério da Economia continuam os neoliberais de sempre.