É com imenso pesar que o SindCT lamenta o falecimento nesta sexta-feira, 8 de setembro, do seu associado e pesquisador titular do INPE, o renomado cientista Alberto Setzer. Com uma carreira notável e uma contribuição inestimável para a área de Engenharia Ambiental e Ciências da Terra, deixa um legado duradouro.
No governo passado teve que lutar bravamente contra o negacionismo que vicejava no Palácio do Planalto e que ecoava em nosso instituto. Não foram poucas as vezes que os detentores do poder quiseram calar as vozes de nossos cientistas que ousaram dizer verdades inconvenientes. Setzer foi um destes bravos, que colocou a nu um general vice-presidente, quando este falou que as queimadas que destruíam nossas florestas eram apenas fogueiras de São João.
Seu currículo na plataforma Lattes é pleno de inúmeros feitos inspiradores para a nova geração, da qual foi mestre e condutor. Foram tantas as realizações e tantos os seus gloriosos feitos, que o desafio de continuar a sua grandiosa obra é monstruoso. Alberto Setzer coordenou diversos projetos importantes e era amplamente reconhecido por seu compromisso com o seu trabalho no INPE, com a ciência e o meio ambiente. Sua paixão e dedicação à pesquisa eram admiráveis, e seu trabalho continuará a inspirar gerações futuras de cientistas.
Setzer era graduado em Engenharia Mecânica pela Escola de Engenharia Mauá (1973), com mestrado em Engenharia Ambiental – Technion Institute of Technology (1977), doutorado em Engenharia Ambiental – Purdue University (1982) e pós-doutorado no Joint Research Center/EEC, Ispra, Itália (1993).
Escolher dentre a sua profícua produção é tarefa hercúlea, pois cientista brilhante, coordenador e líder de inúmeros projetos, atuação em palestras e eventos, com produção acadêmica invejável, composta de centenas de artigos e orientação de um sem números de alunos de Mestrado e Doutorado e foi um dos 10 cientistas brasileiros mais citados no período 1990-2010. Mas pela contribuição que vai além dos bancos escolares e da produção acadêmica, pela relevância de sua contribuição para que o planeta Terra fosse mais habitável, com um futuro sustentável, destacam-se dois de seus projetos, onde seu protagonismo foi inegável: o projeto de Meteorologia Antártica do Brasil, incluindo 25 operações antárticas; provavelmente é o cientista brasileiro quer mais visitou a Antártica. E também o monitoramento operacional de queimadas/incêndios florestais do PPA-Programa Plurianual desde 1985. Ele se preparava para se aposentar.
A morte de Alberto Setzer deixa um sentimento de pesar na comunidade científica brasileira, nos colegas do INPE e em todos aqueles engajados na proteção e conservação de nosso planeta. Enviamos nossos profundos sentimentos de solidariedade aos familiares e amigos pela perda.