O Jornal do SindCT entrevistou o novo diretor do INPE, Clézio Marcos de Nardin.
Clézio é formado em engenharia elétrica pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul. Em 1997, ele se tornou mestrando em geofísica espacial no INPE e, em 1999 ingressou no doutorado, também no INPE, em geofísica espacial, com um estudo sobre a eletrodinâmica da ionosfera equatorial (camada da atmosfera localizada a uma altura de 60 a mil quilômetros em regiões próximas à linha do Equador) em períodos de atividades solares intensas.
O doutorado foi concluído em 2003 e, no ano seguinte, realizou um pós-doutorado no INPE, tornando-se também pesquisador adjunto da instituição.
Em 2010, especializou-se em gestão estratégica da ciência e da tecnologia de Institutos de Pesquisa Públicos (IPPs) pela Fundação Getúlio Vargas e, no ano seguinte, tornou-se pesquisador titular do INPE, através de concurso público.
Confira a entrevista:
Jornal do SindCT: Em entrevista ao jornal O Vale o senhor declarou: “sou feroz como pesquisador, participo do processo ativamente, mas como administrador sou um diplomata”. A imprensa tem publicado declarações de membros do atual governo, como estas: “dados sobre queimadas verificados pelo INPE precisam passar por ‘ajustes e correções’ para que verdade seja publicada”; “opositor do governo no INPE divulga dados negativos sobre queimadas”; “dados divulgados sobre queimadas na Amazônia são truques e encenações”; “dados divulgados pelo INPE sobre queimadas são “narrativas”, há desinformação por parte dos que “jamais pisaram na Amazônia”; “técnicos do INPE usam de desonestidade intelectual para desinformar a imprensa e conseguir impedir que novos sistemas sejam contratados”; “o sistema do INPE gera alertas de desmatamento com atraso superior a três meses”; “a reação do órgão (INPE) é semelhantes à dos taxistas contrários aos aplicativos de transporte particular para protegerem o mercado”; “maus brasileiros não podem divulgar números mentirosos”; “Estou convencido de que os dados de desmatamento (produzidos pelo INPE) são mentiras”.
Como usar de diplomacia quando O INPE é assim atacado por membros do próprio governo, incluindo o presidente?
Clézio de Nardin: Eu não comento aspectos de eventuais declarações de terceiros. E, especialmente, não faço isso através de imprensa. Se precisar saber a opinião de alguém, normalmente falo diretamente com a pessoa. Este foi o caso recente da visita ao Excelentíssimo Sr. Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, quando falei com o Sr. Presidente pessoalmente. Por exemplo, citei que o monitoramento de queimadas tem ajudado a reduzir os apagões por desligamento de linhas de transmissão e ele me pareceu perceber a importância estratégica do INPE e os benefícios que trazemos para sociedade.
Jornal do SindCT: O senhor assume a direção do INPE, herdando uma nova estrutura, bem como com todos os cargos de confiança nomeados pelo diretor interino. Segundo críticas de servidores, esta reestruturação não teve uma ampla participação da comunidade, não se baseou em estudos técnicos sobre gestão em instituições de PD&I e traz em si uma série de pontos que não são hoje os reconhecidamente mais adequados para a gestão de instituições com o INPE, ou seja, (i) participações colegiadas, (ii) favorecimento de redes e não de hierarquias e verticalização e (iii) transparência. Estes elementos se consolidaram com a edição do novo Regimento Interno também sem a participação da comunidade externa. Segundo fontes qualificadas, o INPE é a unidade de pesquisa mais eficiente do MCTI, mesmo com apenas 10% de seu efetivo em cargos comissionados, contra outras instituições em que este número chega a 65%. Como o senhor vê esta questão de começar a reestruturação justamente na unidade mais eficiente do MCTI? Há espaço para que se discuta ou se reverta esta nova ordem institucional?
Clézio de Nardin: Este assunto é bastante pertinente e muito caro a mim, pois nutro pelo INPE um carinho e respeito enormes. E quando falo INPE, não falo das paredes. O INPE é formado de pessoas. Elas são a grande joia do INPE. Infelizmente, estamos gastando muito tempo e energia brigando entre nós mesmos. Por vezes, vejo colegas, literalmente, batendo boca com outros. Precisamos parar com isso. Precisamos olhar para a opinião do colega (que muitas vezes é amigo de anos) com o coração um pouco mais aberto. Essa situação foi agravada pelo distanciamento que a pandemia pelo COVID-19 nos impôs. As pessoas que me conhecem sabem que, se não estivéssemos nesta situação de isolamento/distanciamento, eu já teria percorrido todo o INPE, conversado com todo mundo, ouvido e transmitido informações. Por ora, só posso “abraçar” virtualmente meus colegas em momentos específicos. Talvez as dificuldades associadas a esta situação tenham, em parte, sido responsáveis pela eventual falta de comunicação interna. Quanto à forma mais participativa, vale lembrar que o INPE é um órgão da administração direta e, por conseguinte, deve seguir as determinações legais associadas e esta figura jurídica. Neste modelo, salvo engano, nenhum comitê interno ou externo é deliberativo. E nem pode ser, pois recai exclusivamente sobre os ombros do diretor a responsabilidade por seus atos. Neste sentido, qualquer pessoa sensata deve concluir que não se pode exigir bônus (decisão colegiada) sem querer assumir o ônus (diretor responde sozinho). Esse é um dos motivos que eu defendo publicamente o modelo de Autarquia Especial para o INPE. Neste modelo, além de preservarmos as vagas que, diga-se de passagem, já são poucas (e reforço que esta situação não é culpa do nosso Excelentíssimo Sr. Ministro de Estado Astronauta Marcos Pontes), poderíamos experimentar um regime de responsabilidade mais compartilhada.
Jornal do SindCT: Em recente entrevista, quando da sua nomeação, o senhor afirmou que o INPE não se preocupa com a criação de agências pelo governo para tratar da questão amazônica. O Senhor pode esclarecer esta posição? Ela reflete visão da nova Direção na qual o protagonismo histórico do INPE em relação a PD&I em monitoramento da cobertura florestal por satélites e das queimadas não é mais uma prioridade do Instituto? O Senhor disse, na mesma entrevista, que não via problema algum para que essas atividades fossem feitas pelo Ministério da Defesa, porque seriam ou feitas por quadros do INPE ou por pessoas formadas pelo INPE. Isso significa que está abdicando de uma área estratégica do INPE? Será que o destino do monitoramento do bioma amazônico é ser transferido para o CENSIPAN?
Clézio de Nardin: Esta pergunta é bastante interessante, pois trata do INPE como fazendo somente PD&I. Hoje o INPE vai além disso. Ele está praticamente fazendo serviços (absolutamente relevantes) associados a isso. O caso do monitoramento de queimadas sobre os linhões de energia, citado na resposta anterior, é um exemplo disso. O sistema de PD&I, envolve e permite “spin off” para criação de novas indústrias e/ou serviços. Será que não está na hora de ajudarmos a criar pequenas empresas que prestem serviços a partir de nossos dados e informações? Se decidirmos em conjunto que sim, a FUNCATE pode ter um papel relevante nisso. Assim poderíamos criar empregos de alta qualidade para nossos alunos dos cursos de pós-graduação, associados aos temas de pesquisa que, em minha opinião, devem permanecer no INPE. Este sim é um tema relevante para o INPE. Precisamos trocar o foco da narrativa de querer ser/ dizer o que os outros órgãos de governos devem ou não devem fazer e começarmos a pensar no que nós estamos e deveríamos estar fazendo.
Jornal do SindCT: Como o senhor vê a política de transparência total dos dados relativa ao campo dos sistemas de monitoramento ambiental? Os programas de monitoramento da Amazônia e outros biomas e de queimadas, foram rebaixados e transformados em Divisões. Isso sinaliza para o fim da participação do INPE neste programa? Em breve teremos os números parciais do PRODES; se eles não forem de agrado para o governo, como o senhor vai lidar com isso?
Clézio de Nardin: Eu acho que esta é uma questão superada. Todos entendem que o INPE continuará a divulgar os dados de suas pesquisas, sejam elas quais forem, de forma pública, isonômica e gratuita.
Jornal do SindCT: Um dos motivos alegados pelo diretor interino para promover uma reestruturação no INPE foi que ele precisava conversar com muita gente. Na apresentação pública do seu programa de gestão, o senhor referendou a nova estrutura do INPE e acrescentou haver proposto essa reorganização quando anteriormente disputou a Direção do INPE. O senhor promoverá uma gestão participativa e transparente, com reuniões de diretoria e pautas e com conversas diretas com a área, ou priorizará uma verticalização das relações de gestão, conversando somente com os coordenadores da nova estrutura?
Clézio de Nardin: De fato, reitero o que afirmei. O INPE precisava ser restruturado para ser mais eficiente. Um exemplo disso é a quantidade de servidores de dados espelhados pelas coordenações, que tínhamos. Isso significava várias equipes de suporte, várias compras de diferentes famílias de servidores e versões de sistemas, vários e variados níveis de qualidade de serviços. Outro exemplo é o caso das antenas de recepção de satélites. Três antigas coordenações mantinham três tipos de antenas distintas, com equipes distintas e operações distintas dentro da mesma instituição. Por favor, me corrijam se eu estiver errado, mas dá pra trabalharmos juntos. Somos todos um único INPE. Precisamos entender que o dinheiro público vem para o INPE em detrimento de outros benefícios para a sociedade nos quais o Governo deixa de aplicar os recursos. Isso pode ser um leito hospitalar que fez falta para uma família, por exemplo. Quanto à gestão participativa, sugiro conversar com os colegas da coordenação de onde sou oriundo. Veja quantas reuniões eu fiz com o Comitê Assessor para tratar dos assuntos que nos eram pertinentes durante minha gestão. Consulte as atas no site da antiga coordenação. Pergunte aos chefes das antigas divisões quantas vezes eles foram chamados para opinar e discutir. E sugiro mais, pergunte à secretária se minha porta ficava fechada. Agora, de uma coisa eu não abria, e não abro, mão: a decisão é minha quando o meu CPF é o único que está em jogo.
Jornal do SindCT: Orçamento da LOA 2021 minguado e o quadro de servidores do INPE desfalcado e envelhecido. O atual governo já sinalizou que não pretende realizar novos concursos e nem tampouco conceder recursos orçamentários além daqueles previstos na emenda Constitucional 95, que engessou o orçamento do INPE no nível mais baixo dos últimos 10 anos. Afora a possibilidade de pesquisadores buscarem recursos para seus projetos em agências de fomento, quais os seus planos para conseguir os recursos financeiros e humanos para que o INPE possa continuar sendo uma instituição pública de excelência?
Clézio de Nardin: Envelhecido é por sua conta. Eu chamo de experiente. Quanto aos planos do Governo de não abrir concurso, eu não tenho certeza se você está completamente certo. Minha leitura, depois da reunião que tive com o Excelentíssimo Sr. Presidente da República Jair Messias Bolsonaro, é de que pode haver concursos sim, mas depois da reforma administrativa. Quanto a recursos, estamos trabalhando nisso neste exato momento. Nestas duas semanas de mandato, já estive duas vezes em Brasília para tratar, dentre outras coisas, deste tema.
Jornal do SindCT: Como o senhor pretende recuperar o protagonismo do INPE no Programa Antártico e como o senhor pretende conduzir a questão da Engenharia no INPE, do Programa CBERS, dos satélites Amazônia, dos pequenos satélites, da PMM e das outras cooperações com os chineses, alemães, indianos? Qual será sua estratégia para trabalhar com as empresas do setor espacial brasileiro?
Clézio de Nardin: Esta pergunta é extremamente abrangente. Mas pode ser resumida em uma única resposta para todos os temas. Pretendemos elaborar um planejamento estratégico que deve iniciar no mês de novembro e que contempla várias etapas. Uma delas, que segue ao levantamento de todas as iniciativas e documentos anteriores sobre o tema, trata de conversar com toda a comunidade. Precisamos ouvir a todos os que conhecem de perto cada um destes “problemas/temas” elencados em sua pergunta. Isso, com uma coordenação adequada, pode prover a maioria das respostas específicas que você busca em sua pergunta. A única ressalva é que a solução deve ser obrigatoriamente institucional e atender às necessidades da sociedade, o que inclui a indústria.
Jornal do SindCT: A AEB, Agência Espacial Brasileira, está iniciando um projeto para o Brasil ter uma constelação de nanossatélites. Sabemos que a ANA, a Agência Nacional de Águas, foi consultada pela AEB sobre o tema. O senhor saberia dizer se o INPE foi consultado para participar na especificação ou noutra atividade?
Clézio de Nardin: Minha resposta para essa pergunta tem o mesmo viés da resposta à terceira pergunta. Precisamos trocar o foco da narrativa de querer ser/dizer o que os outros órgãos de governos devem, ou não devem, fazer. Precisamos começar a pensar no nós estamos, e deveríamos estar, fazendo. Se soubermos o que queremos já é um bom começo. Por isso, precisamos do plano estratégico de dez anos, do qual derive um plano diretor robusto e validado externamente. Daí sim, qualquer convite ou contato externo faz sentido. Sem isso, sem saber para onde devemos ir e o que queremos ser daqui a dez anos, de que importa se a NASA nos convida para participar da missão à marte?
Jornal do SindCT: Como o senhor pretende tratar a questão da recepção de dados de satélites de observação da terra e as necessidades de avançar as mudanças estruturais em Cuiabá e como o senhor vê a reestruturação dos Centros Regionais e o papel que cada um deles terá?
Clézio de Nardin: Esta questão agora ficou mais fácil. Temos uma única coordenação cuidando de Rastreio, Controle e Recepção de dados. E este problema específico agora pode ter sua solução facilitada. Mas fazer qualquer ilação aqui seria leviano. Decisões de natureza técnica devem ser tratadas com muito cuidado e envolver, obrigatoriamente, a área técnica. Quanto aos antigos centros regionais, eles foram promovidos a Coordenações. Agora precisamos melhorar a nossa comunicação e interação com nossos colegas.
Jornal do SindCT: Como o senhor vê as possibilidades de interação do INPE com os Ministérios da Saúde, da Educação, da Cidadania e outros setores de interesse da sociedade brasileira, mas não comumente visitados pelo INPE? Ainda: O CST possui cientistas que são protagonistas, em escala mundial, de estudos sobre o aquecimento global e das mudanças climáticas. Como o diretor do INPE se comportaria diante de demandas do MRE, cuja cúpula é negacionista climática?
Clézio de Nardin: A relevância do nosso quando técnico-científico em todas as coordenações é reconhecida, sob vários e diferentes aspectos, internacionalmente. Como consequência, a nossa instituição é buscada por, e se relaciona com, várias outras organizações, incluindo outros órgãos de governos. Tratemos todos isonomicamente.
Jornal do SindCT: Pesquisadores do INPE, publicaram estudo em que analisaram o custo-efetividade das imagens Planet associadas ao serviço de detecção de desmatamento da SSCON feito com base em 12 meses do uso deste sistema pela SEMA do Pará, comparado aos dados produzidos pelo DETER. Restou demonstrado no estudo a superioridade total do DETER em relação ao DFLORA, sistema que usa imagens Planet e metodologia da SCCON. Após este estudo, a metodologia foi descontinuada no Pará. Como há um movimento por parte de membros do atual governo no sentido de se substituir os sistemas de monitoramento realizados pelo INPE por um sistema que usaria imagens Planet, como o senhor se posicionaria, caso esta ação fosse concretizada?
Clézio de Nardin: Quanto à questão de pesquisadores publicarem suas pesquisas em revistas indexadas e revisadas por pares, reitero que se trata de atividade de rotina e isso é incentivado. Se a publicação for interna ao INPE, todas publicações devem seguir as normas de publicação da nossa biblioteca. Qualquer outra publicação (artigos de revistas, jornais, colunas de opiniões, redes sociais, entre outros) trata-se de opinião exclusiva dos autores.
Jornal do SindCT: O CPTEC (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos) é a face mais visível do INPE para a sociedade, pois todos os dias a mídia impressa e televisiva publica as previsões de clima e temperatura. Os cálculos que permitem estas previsões são realizados pelo supercomputador Tupã, cuja vida útil está próxima do fim. O custo estimado de uma nova máquina equivale a um orçamento anual do INPE. Se o governo atual é tão avaro para alocar verbas menos significativas, dificilmente concederá recurso tão volumoso. Qual o seu plano B, quando o Tupã morrer?
Clézio de Nardin: Resposta para a questão de o CPTEC prestar serviços é similar ao exemplo do monitoramento de queimadas mencionado na terceira pergunta. Será que não devemos nos concentrar em desenvolver o modelo e licenciá-lo em vez de prestarmos serviços? Não sou o dono da verdade, não sei a resposta. Mas creio que devemos debater isso.
Jornal do SindCT: É conhecida a dificuldade que o INPE vem enfrentando no relacionamento com a Consultoria Jurídica da União há muitos anos. Em várias ocasiões a CJU dá pareceres que dificultam, ou mesmo inviabilizam, a execução de projetos, procurando interferir na gestão administrativa, ao invés de se restringir a um parecer jurídico, não impositivo. Devido a essa atitude, até hoje o INPE tem muita dificuldade em fazer contratações de acordo como Novo Marco Legal, ou seja, a Lei 13.243/16 e o Decreto 9.283/18. Qual vai ser a sua estratégia para contornar essa dificuldade?
Clézio de Nardin: A Consultoria Jurídica da União (CJU) tem um papel importante no processo de PD&I. Essa instituição deve garantir, entre outras coisas, que “os fins não justifiquem os meios” e também nos assessorar a percorrer os caminhos juridicamente mais seguros possíveis. Meu entendimento é que, havendo divergências de opiniões, temos que conversar e tentar entender os argumentos técnicos e jurídicos que levaram a tais opiniões.
Jornal do SindCT: Caso não seja permitido ao INPE realizar concursos públicos para a renovação de seus quadros, qual a sua opinião sobre OS, autarquias, fundações e como pretende conduzir esta discussão?
Clézio de Nardin: Essa questão já está respondida acima.
Jornal do SindCT: No dia 9/10, data de sua posse como diretor, estava prevista a visita do presidente Bolsonaro ao INPE. Havia grande expectativa sobre esta visita, pois poderia ser a oportunidade de o presidente conhecer o INPE e se retratar a respeito de algumas manifestações equivocadas. No entanto, em vez de prestigiar a posse do diretor da mais destacada unidade de pesquisa do MCTI, o presidente resolveu “abraçar o Marajó” e posar como caixa de banco. O senhor acredita que o presidente ainda tem interesse em conhecer “esta joia rara” e, assim, verificar, in loco, o quão importante para o Brasil e o mundo o INPE é?
Clézio de Nardin: Essa afirmação sobre a visita do Excelentíssimo Sr. Presidente da República Jair Messias Bolsonaro é sua, não minha. O que posso dizer é que ele recebeu o Excelentíssimo Sr. Ministro de Estado Astronauta Marcos Pontes em seu gabinete no Palácio Presidencial, quem mui gentilmente me apresentou ao Sr. Presidente, e em cuja oportunidade tivemos uma hora para debater questões de interesse da Ciência e Tecnologia. Se uma hora com o Sr. Presidente da República não é sinal do prestígio do INPE, sinto muito, mas divergimos sobre a definição de prestígio.
Jornal do SindCT: Gaúchos costumam ter no separatismo uma herança atávica. Como gaúcho, o senhor vai trabalhar para integrar cada vez mais ao INPE a unidade em Santa Maria (RS) ou auxiliará para que aquela unidade seja independente?
Clézio de Nardin: Sempre agirei no melhor interesse do Estado Brasileiro.