O INPE fará a divulgação do resultado do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal – PRODES na tarde de hoje (30/11), às 16h, no Laboratório de Integração e Testes – LIT.
Em virtude dos últimos acontecimentos, decorrentes da divulgação de dados sobre o desmatamento, é de extrema importância a participação da comunidade científica.
Transmissão ao vivo: www.youtube.com/mctic
O convite para assistir ao evento foi encaminhado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, já que o ministro confirmou sua presença.
Apesar de não haver uma “prévia” dos dados obtidos pelo PRODES, o crescente número de alertas de outro programa de monitoramento do INPE, o DETER, nos deixa uma expectativa nada boa.
Desde que foi iniciado o projeto PRODES, há 30 anos, a maior taxa medida foi em 1995: 29.059 Km2.
A partir de 2005, houve grande queda no número, tendo sido registrada a menor taxa em 2012: 4.571 Km2.
Esta redução só foi possível graças a uma política pública liderada pelo IBAMA, que possui a prerrogativa institucional de combater os ilícitos associados ao desmatamento ilegal, à invasão de reserva indígenas para a mineração e às queimadas criminosas. Ultimamente, o IBAMA tem sido impedido pelo próprio governo de atuar, e os responsáveis pelos crescentes números registrados pelo PRODES se sentem à vontade para agir e em grande parte das vezes são protegidos por membros do governo.
Como funciona o PRODES
O sistema PRODES realiza o inventário de perda de floresta primária através do uso de imagens de satélite de observação da Terra, desde 1988. A partir deste inventário, são calculadas as taxas anuais de desmatamento para os períodos de agosto a julho, considerando como desmatamento a supressão da floresta em áreas superiores a 6,25 hectares.
Por depender das condições climáticas da estação seca para aquisição de imagens livres de nuvens, o PRODES é feito anualmente.
A primeira apresentação dos resultados é realizada até dezembro de cada ano, na forma de uma estimativa da taxa de desmatamento. Para essa estimativa são processadas e analisadas todas as imagens das regiões que contiveram no mínimo 90% do desmatamento, no ano anterior.
Os dados consolidados são apresentados no primeiro semestre do ano seguinte, quando é concluído o processamento das imagens necessárias para cobrir toda a Amazônia.
Para as áreas onde a cobertura de nuvens não permitiu o mapeamento, é feito um cálculo que estima a área desmatada sob nuvem, usando a hipótese de que a proporção da ocorrência de desmatamento em áreas sob nuvens é igual ao das áreas não cobertas por nuvens.
Destaca-se que a estimativa do desmatamento sob nuvens corresponde, em média, a apenas 5% da taxa de desmatamento calculada pelo PRODES.