Governo Federal vai contratar 37 novos servidores para o Cemaden
Governo Federal vai contratar 37 novos servidores para o Cemaden

Governo Federal vai contratar 37 novos servidores para o Cemaden

Anúncio foi feito nesta segunda-feira durante lançamento de ferramenta para aprimorar a previsão de risco de deslizamentos de terra no Brasil.

Por g1 Vale do Paraíba e Região

18/02/2025 11h47

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, afirmou que o governo federal vai contratar 37 novos servidores para o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

O anúncio foi feito nesta segunda-feira (17) durante evento de lançamento do Geo Risk, um novo sistema para aprimorar a previsão de risco de deslizamentos de terra no Brasil.

O evento foi realizado em meio as investigações do Ministério Público Federal em relação as condições estruturais do Cemaden. O MPF aponta que o Cemaden enfrenta gargalos que podem prejudicar o serviço de monitoramento de eventos climáticos extremos.

A ministra Luciana Santos afirmou o governo federal está ciente da falta de estrutura do órgão e de servidores.

“As demandas são enormes, depois de dez anos sem concurso público não é fácil repor a quantidade de servidores que existem no país. Estamos, portanto, recompondo para o nosso Cemaden 37 servidores, o que já vai dar um grande alívio para os desafios que o Cemaden se propõe”, disse.

O que é o GeoRisk?

A plataforma otimiza a leitura de registros meteorológicos e geológicos de todo o país para dar mais eficiência aos alertas para o risco de deslizamentos de terra. A ideia é trazer mais eficiência aos alertas para risco de deslizamentos.

“Esse sistema surgiu com a ideia de reproduzir aquilo que fazemos no dia a dia manualmente, consumindo vários dados e fazendo análises complexas. Ele começou com a ideia de fazer essa reprodução. Uma vez que a gente conseguir alcançar esse nível de qualidade, aí vamos trabalhar ainda mais para que ele possa entregar algo automático, claro, de fácil entendimento, para detectar mais eventos que causam deslizamentos de terra e também para emitir menos falsos alertas”, explicou o coordenador do projeto GeoRisk, Pedro Camarinha.

O GeoRisk pode ser considerado um sistema de suporte para tomada de decisão, já que os dados gerados por ele vão ser compilados e enviados para análise dos profissionais do Cemaden, antes dos alertas serem emitidos.

O sistema foi todo desenvolvido no próprio Cemaden e demorou cinco anos para ficar pronto. Ele vai utilizar informações como a quantidade de chuva registrada, o relevo do terreno e o histórico das ocorrências em determinada região, além de previsões de modelos meteorológicos, para aumentar a precisão dos alertas.

Essas informações constam em um banco de dados desde 2011.

“O que tem por trás são as condições limite dos municípios que a gente monitora. Essa condição limite é a quantidade de chuva necessária para os deslizamentos acontecerem. Para calcular isso, a gente precisa ter o conhecimento histórico da chuva que acontece nessa região e se ela causou ou não deslizamentos. Então essa é uma informação básica que precisa de muito tempo para ter um projeto”, diz Camarinha.

Durante o evento realizado nesta segunda-feira (17), o Cemaden informou que o GeoRisk vai produzir análises dinâmicas com 72 horas de antecedência, detectar 13% a mais de deslizamentos de terra e diminuir os falsos alertas em 3%.

Além de auxiliar as Defesas Civis, a plataforma será pública.

Cemaden lança novo sistema para melhorar previsão de deslizamentos de terra no Brasil — Foto: Divulgação/Cemaden

Cemaden lança novo sistema para melhorar previsão de deslizamentos de terra no Brasil — Foto: Divulgação/Cemaden