Previsão de tempo, a NASA e o brasileiro
Previsão de tempo, a NASA e o brasileiro

Previsão de tempo, a NASA e o brasileiro

Previsão numérica de tempo (PNT) – e de clima – é uma das conquistas tecno-científicas mais importantes do século 20. É um avanço científico com impacto imediato para vários setores da sociedade: é possível evitar ou mitigar as consequências de desastres naturais devido a chuvas intensas ou secas profundas e tem impacto positivo na agricultura, na indústria do turismo, precificação de seguros e, em países como o Brasil, na geração e distribuição de energia elétrica – só lembrando que a maior parte da energia é gerada por centrais hidroelétricas.

A PNT é um sofisticado programa(s) de computador em que as equações que regem a dinâmica da atmosfera são resolvidas de forma aproximada. É uma tarefa difícil e que exige enorme quantidade de cálculos. Assim, a PNT é realizada em centros operacionais dotados de poderosos computadores. No Brasil, a PNT oficial para a nação é feita pelo Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

O sofisticado pacote de software para PNT – os profissionais da área chamam de “modelo” – pode ser compreendido em diferentes módulos: núcleo dinâmico (onde são resolvidas as equação da dinâmica do gás atmosfera), núcleo da física do modelo (descreve os processos físicos: radiação, turbulência, modelos de superfície: trocas entre superfície e atmosfera, processo de formação de nuvens, precipitação – são também chamados de “parametrização”) e dados geofísicos (topografia, cobertura da superfície, etc.).

Brasil e previsão operacional

A PNT foi proposta pelo inglês Lewis F. Richardson em seu livro “Weather Prediction by Numerical Process” – a previsão descrita no livro falhou. só com os modernos computadores eletrônicos foi possível realizar o projeto de Richardson, que aconteceu nos EUA graças aos esforços de John von Neumann e Jule G. Charney.

O CPTEC-INPE deu sua contribuição à área: foi o primeiro centro de previsão a realizar previsão ambiental operacional. Atualmente, o CPTEC-INPE usa o modelo BRAMS para previsão ambiental. A iniciativa do Brasil foi anotada pelo centro europeu de previsão (ECMWF), que sugeriu que todos os demais centros mundiais seguissem o exemplo do CPTEC-INPE, em se tornarem, centros de previsão ambiental, além da previsão de tempo e clima,

Um dos nomes à frente no desenvolvimento da previsão ambiental é do Dr. Saulo R. Freitas, pesquisador do CPTEC-INPE.

A NASA e o brasileiro

Saulo Freitas vinha colaborando com várias instituições e pesquisadores, entre os quais o Dr. George Grell (NOAA: National Oceanic and Atmospheric Administration) e pesquisadores do GMAO-NASA (GMAO: Global Modeling and Assimilation Office). Foi com G. Grell que Saulo Freitas desenvolveu uma parametrização para representar nuvens nos modelos de PNT e o esquema tornou-se conhecido como “parametrização Grell-Freitas (GF)”. O esquema GF trouxe inovações, incorporando a fração de cobertura de nuvens e, mais recentemente, a características tri-modal para nuvens.

Foi no grupo GMAO da NASA, responsável por desenvolvimento de modelos de dinâmica da atmosfera para missões da NASA, que Saulo Freitas foi trabalhar para implementar a parametrização Grell-Freitas e os resultados surpreenderam positivamente tal ponto que Saulo Freitas recebeu uma placa de “Scientific Achievement”, onde está escrito que “… possivelmente a atualização mais significativa, com melhoria da capacidade, de um modelo geral de circulação atmosférica na história do sistema GEOS.” – em tradução livre.

Parabéns ao pesquisador Saulo R. Freitas do CPTEC-INPE por brilhantes contribuições científicas.

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