Satélite brasileiro bate recorde mundial
Satélite brasileiro bate recorde mundial

Satélite brasileiro bate recorde mundial

Satélite do Inpe está em operação há 30 anos e foi o primeiro no país a ser lançado ao espaço. O SCD-1 leva uma hora e 40 minutos para dar uma volta completa na Terra.

Por g1 Vale do Paraíba e Região

10/07/2023 21h25

O primeiro satélite operado no Brasil, construído por engenheiros do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) bateu neste mês um recorde mundial: é o equipamento há mais tempo em operação na órbita do Planeta Terra.

Lançado em fevereiro de 1993, o SCD-1, como é chamado, foi projetado para ficar apenas um ano no espaço, mas já está há mais de 30 anos fora da atmosfera com bom funcionamento. Desde então, ele já deu mais de 160 mil voltas no planeta durante esses 30 anos.

O satélite leva uma hora e 40 minutos para dar uma volta completa na Terra. Ele está a 750 quilômetros de altura e a uma velocidade de 28 mil quilômetros por hora.

Além de continuar enchendo de orgulho os responsáveis pela construção dele após três décadas, o satélite tem grande importância para o país, pois abriu as portas para o programa espacial brasileiro.

O SCD-1 foi o primeiro de quatro equipamentos lançados ao espaço da Missão Espacial Completa Brasileira. A máquina é responsável por coletar dados que contribuem com a ciência do país.

“Para o país foi muito importante. Tem sido uma contribuição cientifica muito grande por dada a extensão territorial do país. Em lugares como a Amazônia, por exemplo, não é possível monitorar e captar dados a não ser por satélite. Então o trabalho dele durante todo esse tempo foi fundamental para o acompanhamento da Amazônia e todo território brasileiro”, explica o coordenador do Centro de Controle de Satélites do INPE, Maurício Ferreira.

Com tanto tempo de contribuição e uso – muito acima da expectativa prévia – o equipamento começa a dar sinais de que está perdendo força. Ao menos por enquanto, porém, ele continua funcionando.

“Ele está bem. O único subsistema que não funciona como antes é a bateria, que no caso dos carros dura em média quatro a cinco anos. A do satélite foi projetada para um ano, mas começou a apresentar problemas a partir dos 20 anos e hoje funciona só quando tem incidência do sol. Tendo incidência do sol, o satélite carrega seus painéis solares e funciona normalmente, coletando os dados das plataformas”.

“O equipamento começa a entrar num momento de perder o controle de si mesmo. Isso quer dizer que cada vez mais a força gravitacional da terra vai exercer função sobre ele, então ele tende realmente a entrar na atmosfera e se desintegrar. Não temos a previsão de quando isso vai acontecer”, diz Ferreira.

De acordo com o coordenador, mesmo que pare de funcionar, o SCD-1 será lembrado para sempre por conta da contribuição ao país.

“Ele abriu as portas para a gente ter um programa espacial como nós temos hoje, um programa que vem se destacando e que realmente tem espaço para crescer muito rápido, dado a expansão territorial do Brasil”, encerra Maurício.

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