Usinas térmicas: energia mais cara, ar mais poluído
Usinas térmicas: energia mais cara, ar mais poluído

Usinas térmicas: energia mais cara, ar mais poluído

Usinas térmicas, termoelétricas ou termelétricas, são instalações industriais projetadas para gerar eletricidade por meio da transformação de energia térmica. Essas usinas utilizam fonte de calor para aquecer um fluido de trabalho como a água, que é convertido em vapor. O vapor é direcionado para uma turbina onde sua energia cinética é convertida em energia mecânica. Por fim, um gerador transforma essa energia mecânica em energia elétrica.

Existem diferentes tipos de usinas térmicas. Elas se diferenciam pela fonte de calor, combustível, que utilizam:

  1. Usinas Termelétricas a Carvão: utilizam carvão mineral como fonte de calor para gerar vapor. O carvão é queimado em uma caldeira para aquecer a água e produzir vapor de alta pressão.
  2. Usinas Termelétricas a Gás Natural: utilizam gás natural como combustível, fonte de calor. O gás é queimado em uma câmara de combustão para aquecer a água e produzir vapor.
  3. Usinas Termelétricas a Óleo Combustível: utilizam diesel como combustível, fonte de calor. O óleo é queimado em uma caldeira para aquecer a água e produzir vapor.
  4. Usinas Termelétricas Nucleares: utilizam energia nuclear para gerar calor. A energia é produzida por meio de reações nucleares em um reator, aquecendo a água e produzindo vapor.

Embora as usinas térmicas a gás e óleo sejam usadas para geração de energia no Brasil, elas não são uma boa opção do ponto de vista ambiental e nem do custo dessa energia. Usinas térmicas produzem uma energia suja e extremamente cara. Elas são responsáveis, em parte, pelo alto custo da conta de luz dos brasileiros.

Impactos negativos das usinas térmicas

  • Altas emissões de gases de efeito estufa: as usinas térmicas movidas a gás e óleo diesel são fontes muito relevantes demissões de dióxido de carbono (CO2), um dos principais gases responsáveis pelo aquecimento global e, portanto, para as mudanças climáticas. O Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema) publicou um relatório sobre as emissões das térmicas no Brasil.
  • Poluição atmosférica: além do CO2, as usinas a gás e óleo diesel também emitem outros poluentes e que são extremamente prejudiciais à saúde humana e ao ecossistema. Esses poluentes incluem óxidos de nitrogênio (NOx), óxidos de enxofre (SOx), material particulado e compostos orgânicos voláteis. Essas substâncias podem levar a problemas cardiovasculares, alguns tipos de câncer e crises respiratórias, principalmente em crianças e idosos. Contribuem para a formação de chuva ácida também.
  • Impacto ambiental na extração dos combustíveis: para a obtenção de gás natural e petróleo são necessárias atividades altamente impactantes como: perfuração, extração e transporte, que podem causar danos ambientais significativos. Vazamento, derramamento e acidentes durante essas atividades podem resultar em contaminação das águas, solo e ecossistema afetando a fauna e a flora local.
  • Dependência de combustíveis fósseis: o uso de usinas térmicas a gás e óleo diesel mantém uma dependência contínua de combustíveis fósseis, que são recursos não renováveis, pois são finitos. Essa insistência no uso desse tipo de recurso cria uma situação de vulnerabilidade no suprimento de energia, além de estar sujeito às oscilações dos preços desses combustíveis.

Usinas térmicas-jabuti

As térmicas “jabuti” referem-se a um termo utilizado na discussão sobre a lei de privatização da Eletrobras, que ocorreu em 2021. O termo “jabuti” é uma expressão comumente utilizada no contexto político brasileiro para se referir a uma emenda ou dispositivo que é adicionado a uma lei ou projeto de lei sem qualquer relação direta com o seu tema principal. No caso da lei de privatização da Eletrobras, as térmicas “jabuti” foram um dispositivo incluído no texto final da lei, que estabelecia a contratação obrigatória de usinas termelétricas movidas a gás natural por meio de leilões específicos. Essa inclusão foi controversa, uma vez que o assunto não estava diretamente relacionado à privatização da Eletrobras e gerou debates sobre a transparência e o processo legislativo envolvido na elaboração da lei.

As usinas térmicas “jabuti” farão com que a conta de luz fique muito mais cara, com consequências desastrosas para a saúde e para o meio ambiente. Essas usinas custam milhões para serem construídas e começarem a funcionar. E a ameaça não para aí! Elas serão construídas em regiões onde não há fornecimento de gás, ou seja, o brasileiro também vai pagar pelos custos bilionários dos gasodutos que levarão o gás até as usinas.

Participe da nossa campanha contra as térmicas “jabuti”

Por tudo isso, é importante e urgente que o setor energético busque formas alternativas e mais sustentáveis de geração de eletricidade, como a ampliação de fontes renováveis, a implementação de tecnologias de captura de carbono (reflorestamento, por exemplo) e a adoção de medidas de eficiência energética em todos os setores. Esses são alguns exemplos de soluções para reduzir a dependência de combustíveis fósseis, reduzir drasticamente as emissões de gases de efeito estufa e contribuir para a transição para um sistema energético mais limpo, sustentável e com preços mais acessíveis.

Abaixo-assinado do Idec contra a instalação das térmicas-jabuti

Fonte: Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor – Idec

A geração de energia termoelétrica depende de dois elementos principais: calor e água.Tudo começa com a queima de combustível para gerar calor, que aquece uma caldeira contendo água. Gradualmente, essa água se transforma em vapor.

O vapor resultante do aquecimento da água alimenta turbinas, que, por sua vez, acionam geradores responsáveis pela conversão da energia cinética em eletricidade. Posteriormente, a energia elétrica é distribuída até chegar ao consumidor final.

Após esse processo de conversão, o vapor d’água é redirecionado para um condensador, onde volta ao estado líquido. Com a ajuda de uma bomba, a água é conduzida de volta à caldeira, dando continuidade ao ciclo.

O calor pode ser obtido a partir da queima de materiais como biomassa, combustíveis fósseis, carvão mineral, gás natural e até derivados de petróleo.

Essas usinas apresentam grande risco ambiental, com a emissão de gases poluentes na atmosfera devido à queima e dependência de recursos que são finitos, além de possuir um alto custo de instalação.

Termelétrica em Caçapava

Em Caçapava está prevista a instalação de uma usina termelétrica a partir de gás natural, energia não renovável.

A usina, denominada como UTE São Paulo, é prevista com capacidade para a geração de 1,74 GW, volume superior ao de qualquer unidade desse gênero em funcionamento na América Latina.

Fonte: G1 Vale do Paraíba

Ambientalistas são contra termelétricas na região

Ambientalistas e cientistas da região, incluindo servidores do INPE e DCTA, fazem parte de um movimento contra a instalação desse tipo de usinas no Vale do Paraíba.

Em entrevista à TV Vanguarda, a pesquisadora do INPE Luciana Gatti afirmou que o mundo sofre catástrofes pelo uso demasiado de combustíveis fósseis. Ela explica que a extração do gás natural, metano, e sua queima para a produção de energia, contribui com as mudanças climáticas que afetam o planeta.

A instalação de termelétricas já foi proibida em alguns países, tanto por motivos ambientais, quanto pela saúde da população de seu entorno. Em 2006, por exemplo, a França comprovou a contaminação da população no entorno da termelétrica. Quase todos os casos eram de câncer.

O ex-prefeito de Caçapava e ex-secretário de saúde de São José dos Campos, Dr. Paulo Roitberg, alerta para malefícios que a usina trará para a região:

  • “Aumento de conta de luz (156%) quando acionadas. – Termoelétricas são uma das fontes da crise hídrica, pois na produção (para resfriamento da usina e para produzir energia) utiliza quantidade exorbitante de água retirada do Rio Paraíba e de poços artesiano afetando diretamente o abastecimento de milhares dr pessoas
  • De acordo com um estudo da USP, o aumento de apenas 10% de emissões de poluentes em 20 anos pode resultar em 64.000 mortes prematuras, 65.000 doenças crônicas e 37 milhões de faltas ao trabalho
  • De acordo com a OMS (Organização Mundial de saúde), a degradação da qualidade do ar causada por Termoelétricas pode produzir até 7 milhões de mortes ao ano
  • O vale do paraiba é como se estivesse no fundo de uma “bacia”, ou seja, rodeado por regiões serranas, dificultando a dispersão de poluentes
  • a Termoelétrica em projeto , ocupará 26 hectares e POR DIA queimará 10 milhões de m³ de gás e 4. 200 m³ de água (provavelmente, a mesma água do abastecimento da população).”

Para o Dr. Roitberg, assim como para os demais ambientalistas e pesquisadores da área que fazem parte do movimento contra a instalação da usina, alternativa é “a transição energética para energia limpa Energia Solar e/ou Energia Eólica”.

Hoje, 31 de janeiro, estava prevista a realização de uma audiência pública às 19h, mas foi cancelada a pedido do Ministério Público federal – MPF.

O MPF também pede a suspensão da licença ambiental para a instalação da termelétrica na cidade. Segundo o MPF, “pendências na documentação e a pressa na condução do procedimento têm colocado em risco a regularidade da análise ambiental do megaempreendimento energético.”

Mesmo com a audiência cancelada, a Frente Ambientalista Vale do Paraíba convoca a população para um Ato Público: