O SindCT foi procurado por servidores civis das instituições que representa para relatar a preocupação com o aumento de casos de Covid-19 após o retorno ao trabalho presencial nas unidades.
Na última quinta-feira (13/01), as cidades do Vale do Paraíba apresentaram o maior número de casos registrados em um dia, desde o início da pandemia, em março de 2020. Foram 4.203 novos registros. O número de casos graves também voltou a aumentar e os leitos de UTI apresentam uma taxa de ocupação de 57%, com ritmo crescente.
As orientações de especialistas sugerem que as pessoas continuem em trabalho remoto, façam uso de máscaras e álcool gel e, o mais importante, completem o ciclo vacinal.
Atualmente, a taxa de vacinados com a 1a dose é 80%, para a segunda dose da vacina a taxa é de 77% e, vacinados com a 3ª dose são apenas 21% da população do Vale do Paraíba. A faixa etária com mais atrasos na vacinação é de 12 a 29 anos.
Pesquisas demonstraram a eficácia do ciclo de 3 doses para a nova variante, Ômicron, que tem se alastrado com mais rapidez que as variantes anteriores.
Médicos também relatam que os casos mais graves da doença estão sendo manifestados em pessoas não vacinadas.
A contabilização do aumento de número de casos em todo o Brasil foi prejudicada devido ao apagão de dados do SUS. Quem entrava nesta quarta-feira (12) no portal Coronavírus Brasil, do Ministério da Saúde, deparava-se com a informação de que o país tem 616.691 mortes por Covid-19 e 22.184.824 casos confirmados da doença. No canto superior esquerdo da página está o único dado que presta: atualizado em 09/12/2021. Os números que traçam um panorama da epidemia datam de mais de um mês atrás, anteriores ao ataque que afetou o banco de dados do Sistema Único de Saúde (SUS) num momento de ascensão da super contagiosa variante Ômicron. De acordo com o consórcio de veículos de imprensa junto às secretarias de saúde, o Brasil já tem 620.419 mortes e 22.718.606 casos confirmados em 12/01/2022.
Outro dado preocupante é o aumento de casos entre os profissionais da saúde. A cidade de São Paulo tem uma das altas mais expressivas. O número de profissionais de saúde da rede pública afastados após terem contraído Covid-19 quase triplicou em menos de um mês. Segundo dados da daquela prefeitura, em 9 de dezembro do ano passado, o município estava desfalcado em 90 profissionais por conta da doença. Quatro semanas depois, no dia 6 de janeiro de 2022, já eram 269 registros, um crescimento de 198,8%. Na rede estadual são mais 1.754 servidores longe do trabalho pelo mesmo motivo.
O SindCT tentou contato com o DCTA, INPE e Cemaden, para levantar o número de casos entre os servidores públicos, mas a informação sobre o dado da doença é protegida pela nova lei do sigilo de informações. Servidores das instituições nos relataram que, diariamente, recebem notícias de colegas afastados do trabalho por suspeita ou confirmação de Covid-19.
Lembramos que nenhumas das instituições solicitou aos servidores a apresentação do “passaporte” da vacina, ao estabelecer o retorno ao trabalho presencial. No Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear – CDTN, por exemplo, ao ingressar na instituição, os servidores passam, diariamente, por checagem de temperatura, respondem ao questionário sobre o estado de saúde e são obrigados a apresentar o certificado de vacinação. No INPE, ocorre a checagem da temperatura do servidor ao ingressar na instituição.
Na situação atual, a única forma de impedir a disseminação do vírus entre os servidores públicos é o retorno, urgente, ao trabalho remoto. Não existe tarefa mais importante do que a preservação da vida!
Os dirigentes das instituições públicas precisam tomar as medidas necessárias para a prevenção e cobrar, dos seus respectivos ministros, o retorno ao trabalho remoto.