Em São José dos Campos, casos de Covid-19 crescem assustadoramente
O jornal Folha de São Paulo realiza, diariamente, o levantamento dos casos de Covid-19 no país. Nesse estudo, São José lidera o ranking de cidades com crescimento acelerado de casos.
Foram registrados 6.002 novos casos de Covid-19 em São José nos últimos 30 dias, contra 3.422 novos diagnósticos positivos do período anterior, também de 30 dias. Um aumento de 75%.
Na mesma comparação, a cidade teve novas 135 mortes nos últimos 30 dias contra 99, no intervalo anterior, um crescimento de 36%.
No total, a cidade possui 11.985 casos registrados, com 320 óbitos (dados atualizados até 24 de agosto). Os números representam 40% do total de casos do Vale do Paraíba (30.482) e 35% das mortes (919).
Nesta semana, 13 alunos do ITA testaram positivos para o Covid-19. Eles fazem parte de um grupo de 128 calouros, que foram os primeiros a retomar as aulas presenciais.
Um estudo coordenado pelo INPE reforça a necessidade das cidades do Vale do Paraíba e do Litoral Norte adotarem ações conjuntas para enfrentar o novo coronavírus.
O trabalho é coordenado pelos pesquisadores Antonio Miguel Vieira Monteiro e Tathiane Anazawa, do Laboratório de Investigação em Sistemas Socioambientais e avaliou os 39 municípios da região, com o objetivo de discutir estratégias para o enfrentamento da pandemia.
Na contramão das recomendações do estudo, a cidade de São José dos Campos tem ignorado os dados do aumento de casos e liberou a abertura do comércio. Um outro fator que pode contribuir com o crescimento da Covid-19 na cidade é o retorno às aulas, já anunciado pela Prefeitura, porém sem data definida. Na última sexta-feira, o Sindicato dos Servidores Municipais – SindServ organizou uma carreata contra o retorno às aulas presenciais. Um balanço divulgado pelo SindServ revelou que, mesmo sem alunos, o nível de contágio já é bastante alto na Secretaria da Educação: até agora, já foram contabilizados 59 servidores contaminados, além de 83 suspeitos.
No Brasil, já temos 3.627.217 casos confirmados, com mais de 115.450 óbitos. Segundo a OMS, o Brasil realiza poucos testes, em relação a população. Isso significa que o número de contaminados pode ser ainda maior.
No mundo, o número de mortos pelo novo coronavírus já supera a marca de 800 mil. Nesse ranking, o Brasil ocupa o segundo lugar, logo atrás dos Estados Unidos (176 mil mortos).
Muitos alegam que o número de mortes no Brasil é proporcional à sua população. O que não deixa de ser tão inequívoco. Porém, se analisarmos os dados do terceiro país com mais mortos pelo novo coronavírus, a Índia, encontramos uma população de um BILHÃO e 300 milhões, enquanto no Brasil somos 180 milhões. E qual o número de mortos por Covid-19 na Índia até hoje? 58.390.
O Índice de Desenvolvimento Humano – IDH da Índia é 0,647 (ocupando a 129ª posição no ranking mundial), enquanto o do Brasil é 0,761 (79º lugar no ranking). Se compararmos os dois países, veremos que o Brasil está numa situação muito melhor. Na Índia, saneamento básico e água tratada são privilégio de uma minoria, praticamente 70% da população vive em áreas rurais pobres, algumas com técnicas rudimentares de agricultura.
A descoberta da Covid-19
O novo coronavírus foi descoberto na China, na província de Wuhan, em dezembro de 2019. Rapidamente, a China alertou a Organização Mundial da Saúde – OMS e, em janeiro, iniciou o alerta de uma possível pandemia mundial. Foi a sexta vez que a OMS adotou esse alerta mundial. As outras cinco ocasiões foram: H1N1 (2009); poliomielite (2014); ebola (2014); microcefalia associada ao zika vírus (2016), devido à crise que se originou no Brasil; e novamente o ebola (2019).
No início, o novo coronavírus demonstrava ser potencialmente fatal apenas para idosos e pessoas com problemas de saúde.
A pandemia
O vírus ultrapassou as fronteiras da China. Em 15 de fevereiro, foi confirmado o primeiro caso do novo coronavírus — de uma norte-americana de 83 anos — envolvendo o navio de cruzeiro Westerdam, que tinha um total de 1455 passageiros e 802 tripulantes a bordo e não estava em quarentena. Em 26 de fevereiro, uma mulher japonesa pegou o vírus pela segunda vez. A mulher, que tem por volta de 40 anos, fez o teste pela segunda vez após ter dor de garganta e no peito. A primeira vez havia sido infectada no fim de janeiro, ficou internada e recebeu alta do hospital em 1 de fevereiro. Embora esse seja o primeiro caso conhecido no Japão, infecções reincidentes foram relatadas na China.
A partir de meados de janeiro de 2020, ocorreram os primeiros casos confirmados fora da China continental. O primeiro foi na Tailândia, em 13 de janeiro. Após isso, casos da doença foram confirmados no Japão (16 de janeiro); Coreia do Sul (20 de janeiro); Taiwan e Estados Unidos (21 de janeiro); Hong Kong e Macau da China (22 de janeiro); Cingapura (23 de janeiro); França, Nepal e Vietnã (24 de janeiro); Malásia e Austrália (25 de janeiro); Canadá (26 de janeiro); Camboja (27 de janeiro); Alemanha (28 de janeiro); Finlândia, Emirados Árabes Unidos e Sri Lanka (29 de janeiro); Itália, Índia e Filipinas (30 de janeiro); Reino Unido (31 de janeiro).
Durante o mês de fevereiro, o número de países com casos confirmados da doença aumentou de forma considerável, com primeiros casos sendo confirmados na Bélgica (4 de fevereiro); Egito (14 de fevereiro); Irã (19 de fevereiro); Israel e Líbano (21 de fevereiro); Afeganistão, Bahrein, Iraque, Kuwait e Omã (24 de fevereiro); Argélia, Croácia, Áustria, Suíça (25 de fevereiro); Geórgia, Grécia, Macedônia do Norte, Noruega, Paquistão, Romênia (26 de fevereiro); Dinamarca, Estônia, Nigéria, Países Baixos, San Marino (27 de fevereiro); Azerbaijão, Islândia, Lituânia, México, Mônaco, Nova Zelândia, Bielorrússia (28 de fevereiro); Equador, Irlanda, Luxemburgo e Catar (29 de fevereiro).
No Brasil, o primeiro caso relatado foi em 26 de fevereiro de 2020, após a confirmação de que um homem de 61 anos de São Paulo que havia retornado de viagem da Itália.
Reações
Ao saber que o vírus havia atingido o país, houve uma grande corrida aos supermercados. O estoque de alimentos nas prateleiras quase chegou a zero. Encontrar álcool gel 70º, indicado para higienização contra a Covid-19 era praticamente impossível. As pessoas se trancaram em suas casas, ruas ficaram quase desertas. A OMS indicou o isolamento social, a quarentena, como forma de barrar a disseminação do vírus.
Então surgiram as primeiras mortes. E o governo federal, através de seu presidente, declarou: “isso é só uma gripezinha” e chamou a Covid-19 de fantasia e criticou a “histeria” da população.
Em abril, chegamos à marca de mil mortos. E o presidente declara que o vírus está indo embora.
Os números sobem. 2.400 mortos. Ainda não há nenhum plano de combate ao vírus no Brasil. E o presidente declara: “E daí? Não sou coveiro.”
No final de abril, o Brasil ultrapassa o número de mortos da China (país com 1,4 bilhão de habitantes) e temos uma nova declaração do presidente: “Quer que eu faça o que? Eu sou Messias, mas não faço milagre.”
O combate à pandemia
Com o número de mortos subindo diariamente, os governos estaduais passaram a assumir a responsabilidade pelo combate à pandemia, implementaram a quarentena, fecharam o comércio e locais públicos.
A medida foi prontamente aprovada. As pessoas passaram a usar máscaras para sair às ruas. Propagandas na TV ensinavam o modo correto para higienizar as mãos, pediam para trocar os sapatos, higienizar as compras… todas medidas básicas de prevenção.
E os números continuavam subindo. A população começou a ficar “cansada” de tantos cuidados. A quarentena começou a ser “furada” até pelos mais adeptos.
A solução dos governos estaduais foi tornar obrigatório o uso de máscara em locais públicos e comércios (essenciais, pois estes se mantiveram abertos), além de aplicação de multa para pessoas e estabelecimentos que não cumprissem a regra.
O resultado? Iniciaram as manifestações pela reabertura do comércio, sob o pretexto de “a economia não pode parar”.
Enquanto isso, o presidente continuava a transitar entre a população sem máscara, apoiando e incentivando manifestações (e participando delas) com aglomeração de pessoas, viajando, levando uma vida normal, transmitindo à população a mensagem de que a Covid-19 não era preocupante.
Prova disso se deu com a demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em 19 de abril (quando o país atingiu 1.924 mortes). Para Bolsonaro, era inconcebível o comércio permanecer fechado e indústrias aderirem ao layoff. Sem uma política de combate ao vírus ou de auxílio emergencial, demissões começaram a ocorrer.
Um novo ministro da Saúde foi chamado: Nelson Teich. Este não chegou a ficar um mês no cargo, pois Bolsonaro exigia que ele recomendasse o medicamento cloroquina para o tratamento contra a Covid-19.
O país ainda segue sem um ministro da Saúde.
Um milagre chamado cloroquina
Enquanto o mundo se desdobra para descobrir qual tratamento é mais eficaz, enquanto instituições de pesquisa (com verbas reduzidas tanto pelo governo Temer, quanto pelo governo Bolsonaro) tentam criar uma vacina, Bolsonaro apresenta a cura milagrosa para a doença: cloroquina e ivermectina (remédios indicados para lúpus, artrite reumatóide, malária e piolho). Substâncias que foram rejeitadas pela comunidade científica por não serem eficazes no tratamento, além de poder causar mais danos do que benefícios.
Mas por que essa cisma com a cloroquina?
Simples! Bolsonaro (ele próprio) ordenou que o Laboratório do Exército produzisse os comprimidos de cloroquina. Para isso, o Laboratório realizou a compra de cloroquina em pó, num valor seis vezes maior do que o cobrado na compra anterior (um ano antes). O superfaturamento da compra virou alvo de investigações do Tribunal de Contas da União – TCU. O Brasil conta, atualmente, com um estoque de 1,8 milhão de comprimidos de cloroquina, um aumento de 84 vezes na produção, em comparação com o ano anterior.
Sendo assim, o governo precisa encontrar uma maneira para desovar, com urgência, todo esse estoque. E nada melhor do que mostrar o presidente, que nunca acreditou na fatalidade da Covid-19, fazendo propaganda do medicamento, sendo milagrosamente curado pela cloroquina.
O SindCT e a pandemia
Devido ao crescimento de casos de Covid-19 em São José dos Campos, o SindCT está trabalhando sem atendimento presencial.
Veja como entrar em contato:
Departamento Jurídico: juridico2@sindct.org.br.
Departamento de Convênios: convenios1@sindct.org.br e convenios2@sindct.org.br ou WhatsApp 12-99685-7914 e 12 99781-3041.
Departamento Sindical: departamentosindical1@sindct.org.br ou WhatsApp (12) 99681-8464.
Imprensa: comunicacao1@sindct.org.br ou WhatsApp (12) 9 9634-5853.
Para todas as atividades descritas acima sugerimos que os contatos sejam realizados entre as 8h30 e 17h30 (em dias úteis).
Para emergências e casos não resolvidos, os telefones do presidente em exercício, Fernando Morais, são: (12) 99719-9320 e (12)99746-5317 (WhatsApp).
