O BCC conversou com Gilvan Sampaio, pesquisador e vice-diretor do INPE, para saber um pouco mais sobre o CBERS-5, satélite geoestacionário meteorológico, que está sendo projetado em parceria do Brasil com a China.
“Esse sempre foi um desejo do Brasil, que nunca teve um modelo como este e com esse propósito. Inclusive, no passado, durante a Guerra das Malvinas, tivemos problemas de informações meteorológicas porque os satélites com esta função eram norte-americanos. Ficamos sem imagem ao sul, aos 20 graus sul, que é justamente onde passam as frentes frias. Então, a grande vantagem é ter a cada 10 minutos informações sobre as frentes frias, as linhas de instabilidade e ainda saber quais regiões serão impactadas pelos fenômenos. Agora, com todos esses acontecimentos climáticos que temos visto, este satélite é ainda mais importante e urgente. A ideia deste satélite não acontece em função das questões climáticas atuais. É um projeto bem antigo, que agora será concretizado. Um dos maiores desastres brasileiros está associado à seca, e esse satélite poderá monitorar as secas. Teremos também embarcado nesse satélite um sensor de raios, dentre outros sensores que estão sendo desenvolvidos. Além de todos os benefícios descritos, tem a questão da capacitação dos técnicos e pesquisadores brasileiros. O Brasil sobe para um novo nível, que muda de patamar em construção de satélites. A gente será capaz de desenvolver sozinhos, como fizemos com o Amazonia-1, satélites geoestacionários com diversas funções, como o de Comunicações”, explica.
O custo desse satélite é de R$ 1 milhão para cinco anos e o lançamento será realizado pela parte chinesa, com previsão para 2030.
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