O Brasil Com Ciência desta semana conversa com duas lideranças: com a presidente da Associação de Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo, Helena Duque Lutgens, que fala sobre a LOA, que prevê corte de 30% das bolsas da FAPESP, e com o Ricardo Magnus Galvão, presidente do CNPq. Ele traz relatos sobre a homenagem a Cesar Lattes na Câmara Federal e também fala sobre o projeto de Repatriação de Talentos.
“A homenagem foi muito importante porque também foi o Dia do Físico. Para mim, foi especialmente tocante porque eu o conheci pessoalmente quando trabalhei em Campinas, na Universidade Estadual de Campinas, quando eu voltei do doutorado, entre 1976 e 1982. O Lattes era professor na Unicamp e eu morava na cidade universitária. Em frente à minha casa, morava um pesquisador, o Alfredo Marques, que era amigo íntimo de Cesar Lattes. Ele havia o trazido para Campinas para ajudar em seus experimentos. Então, o Lattes ia muito na casa dele e, por esse contato, fiquei amigo do Lattes. Então, tive a satisfação de aprender um pouco das coisas que ele pensava. E ver as filhas dele na homenagem foi ainda mais tocante, porque uma delas ia lá e eu a conhecia. Ver as três novamente me trouxe memórias de 45 anos atrás”, comenta Galvão.
Sobre a Repatriação de Talentos, Galvão explica que não é um projeto ligado diretamente ao CNPq, mas o órgão somente faz parte. Mas, que há sim uma preocupação e expectativa de trazer os talentos, além de criar mecanismos para colaboração entre pesquisadores brasileiros residentes no Brasil e fora dele.
A presidente da ApQC diz que Ciência não é gasto e sim investimento. “A audiência pública deixou bem claro o quanto a redução de recurso para FAPESP, que é nossa principal agência de fomento à pesquisa do Estado de São Paulo, pode prejudicar o andamento de projetos muito relevantes para o próprio desenvolvimento do estado de São Paulo. Então, a gente tem que se mobilizar no sentido de levar informação para a sociedade, para que a própria sociedade reivindique. Não se pode cortar recurso para a Ciência”.
O apresentador ressalta que a FAPESP é a 3ª maior agência de fomento do país, perdendo apenas para as agências federais, que hoje possui em andamento 9298 bolsas, e que durante a pandemia coube ao Butantã desenvolver a 1ª vacina pronta para ser aplicada nos brasileiros, numa luta contra entes governamentais que não queriam o desenvolvimento da vacina.
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