O fundador e primeiro diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE, Fernando de Mendonça, recebeu no último sábado, 28/06/2025, o título de Pesquisador Emérito do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq.

O título de pesquisador emérito é um reconhecimento da instituição pela significativa contribuição para o avanço da ciência e tecnologia no Brasil e foi entregue pelo presidente do CNPq, Ricardo Galvão, que também dirigiu o INPE entre 2016 e 2019.
A entrega foi realizada na casa de Fernando de Mendonça, na Vila Medieval, que ele construiu no bairro Torrão de Ouro, em São José dos Campos – SP, e contou com a presença do atual diretor do INPE, Antônio Miguel Monteiro, e do presidente do SindCT, Fernando Morais.
“O Conselho Deliberativo do CNPq, todos os anos, escolhe um certo número de pesquisadores ou de pessoas que fizeram muito para o fortalecimento desse sistema de ciência e tecnologia do país. Eu fiquei muito feliz que nesse ano o [Conselho] Deliberativo colocou o nome do Dr. Fernando Mendonça entre os homenageados. Por que foi feito isso? Porque o Dr. Fernando Mendonça criou uma das instituições de maior prestígio internacional do país no ramo científico, o INPE. Não só criou essa instituição com muita luta, com muita dedicação, como formou uma grande quantidade de cientistas que se espalharam pelo país e ajudaram a consolidar nosso sistema de ciência e tecnologia”, disse Galvão.
Aos 100 anos de idade, Fernando de Mendonça é um dos maiores nomes da ciência brasileira e uma referência para a área espacial no mundo. Ele também já havia sido homenageado em 2025 com o título de Doutor Honoris Causa do Instituto Tecnológico de Aeronáutica – ITA.
“Preciso de mais palavras para receber uma homenagem como essa? Acho que não. É uma coisa sui generis. Um conselho poderoso, e o presidente o representa, ter conseguido essa homenagem. Eu fiquei muito emocionado. Houve cerimônia no Rio [Rio de Janeiro], mas lamentavelmente não pude ir. Então, ele [Ricardo Galvão] aumentou ainda mais a dedicação, trazendo o documento de apresentação aqui para São José [São José dos Campos] para essa reunião de hoje”, disse o homenageado.
Fernando de Mendonça foi aviador da Força Aérea Brasileira e chegou a treinar nos Estados Unidos, para integrar as forças de combate no Japão, o que acabou não ocorrendo. Graduou-se em dezembro de 1958 no curso de Engenharia Eletrônica do ITA, com menção honrosa atribuída a alunos com uma média superior a 9,5 em todas as matérias. Fez doutoramento em Radiociências na Universidade de Stanford nos EUA, onde recebeu o grau de PhD. Ele ocupou o cargo de Diretor Científico do Grupo de Organização da Comissão Nacional de Atividades Espaciais – GOCNAE, criado em 1961 pelo presidente Jânio Quadros e considerado o embrião do INPE. Após a fundação, em 1971, Fernando de Mendonça tornou-se o primeiro diretor do instituto.
Em 1977, após deixar o INPE, Mendonça foi diretor executivo da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN, até o ano de 1982.
O auditório do Laboratório de Integração e Testes do INPE foi batizado de “Auditório Fernando de Mendonça” em sua homenagem.
Em 2019, Mendonça foi agraciado com o troféu Sereia de Ouro – reconhecimento e homenagem concedidos pelo Grupo Edson Queiroz a personalidades que se destacaram e deram sua contribuição ao desenvolvimento do Ceará – em seus diferentes setores de atuação. São escolhidas apenas apenas quatro personalidades por ano para serem agraciadas com o prêmio.
Em 2021, recebeu o título Comendador da Ordem do Mérito Aeronáutico. Em 2025, recebeu o título de Doutor Honoris Causa do ITA.


