Uma descoberta feita com telescópios em solo revela um dos sistemas mais promissores para a futura busca por sinais de vida em planetas fora do Sistema Solar. A estrela anã vermelha GJ 887 tem um sistema multiplanetário, com possivelmente três mundos ao seu redor.
Os dois primeiros estão confirmados, e o terceiro ainda é um “candidato”, que depende de mais observações para ser totalmente confirmado. Todos os três têm porte de superterras, ou seja, planetas maiores que o nosso, mas menores que os gigantes gasosos do nosso Sistema Solar, e o terceiro deles está na zona habitável da estrela, região do sistema em que um planeta pode abrigar água líquida em sua superfície e, com isso, vida.
O achado foi feito com três meses de novas observações do Harps, espectrógrafo instalado no telescópio do ESO em La Silla, no Chile, e dados de arquivo colhidos por mais de 20 anos, pelo próprio Harps e por outros instrumentos e telescópios. Os planetas mais internos completam uma volta a cada 9,3 e 21,8 dias. O terceiro, ainda por confirmar, tem período orbital de cerca de 50 dias. E a estrela em si tem cerca de metade da massa do Sol.
Os resultados estão na última edição da revista Science, e o mais interessante da descoberta é que a estrela e seus planetas estão a apenas 11 anos-luz de distância, o que os tornam alvos acessíveis para o Telescópio Espacial James Webb, que a Nasa pretende lançar ao espaço, se não chover, até o fim de 2021. Com a descoberta, o sistema GJ 887 deve saltar para a frente da fila de observação, ao lado de outros alvos próximos como Proxima Centauri e Trappist-1.
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