Brasil vai produzir com a China satélite capaz de monitorar eventos climáticos extremos, diz Inpe
Brasil vai produzir com a China satélite capaz de monitorar eventos climáticos extremos, diz Inpe

Brasil vai produzir com a China satélite capaz de monitorar eventos climáticos extremos, diz Inpe

Equipamento, que faz parte do Programa Cbers, vai ser em São José dos Campos, no interior de São Paulo, e tem previsão para ser lançado em 2030.

Por G1 Vale do Paraíba e Região

06/06/2024 08h23  Atualizado há um dia

O Brasil e a China vão produzir em cooperação um satélite meteorológico capaz de prever eventos climáticos extremos. O novo equipamento deve entrar em órbita em 2030.

O anúncio do novo satélite em parceria entre os dois países foi feito na China por Clezio de Nardin, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), vinculado ao Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação.

“Vamos anunciar aqui o primeiro satélite geoestacionário meteorológico do Brasil. É um grande avanço tecnológico, é para isso que o fundo de inovação de ciências e tecnologias se propõe. Para propor o avanço nacional do Brasil nas áreas de ciência e tecnologia e trazendo benefício para nossa indústria e nosso país”, afirma Clezio.

A expectativa é que o acordo seja assinado nesta quinta-feira (6) em reunião da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban). Criada em 2004 durante o primeiro governo Lula, a Cosban é uma comissão voltada para a relação Brasil-China.

De acordo com o diretor do Inpe, o novo equipamento será capaz de monitorar eventos extremos, como, por exemplo, o que causou enchentes no Rio Grande do Sul. Chuvas fortes que atingiram o estado no último mês deixaram mais de 170 mortos.

“Maior proteção para questões associadas à mudança do clima, principalmente por ser um satélite meteorológico, por buscarmos uma carga de rápida scan, que monitora todos eventos extremos que estão entrando no nosso país, como o que aconteceu no Rio Grande do Sul, causado por essa frente fria”, explica.

O equipamento, que faz parte do Programa CBERS (China-Brazil Earth Resources Satellite; em português, Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres), vai começar a ser fabricado em São José dos Campos, no interior de São Paulo, e tem previsão para ser lançado em 2030.

No último ano, os governos do Brasil e da China já haviam anunciado uma parceria para produção do Cbers-6, que vai custar mais de 100 milhões de dólares e tem previsão de entrar em órbita em 2028.

O nome Cbers vem do inglês e significa satélite sino-brasileiro de recursos terrestres. A parceria entre os países já tem quase 35 anos, começou em julho de 1988. Desde então, eles já produziram e enviaram ao espaço seis satélites.

Assim como os demais satélites anteriores da família Cbers, o Cbers-6 fornecerá dados importantes da superfície da Terra, em especial a do território brasileiro e chinês.