Alertas de desmatamento na Amazônia batem recorde pelo terceiro mês seguido
Alertas de desmatamento na Amazônia batem recorde pelo terceiro mês seguido

Alertas de desmatamento na Amazônia batem recorde pelo terceiro mês seguido

Pelo terceiro mês seguido, os alertas de desmatamento na Amazônia bateram recorde. A Amazônia perdeu em maio quase 1,2 mil quilômetros quadrados de área verde. Uma área do tamanho da cidade do Rio de Janeiro. Um aumento de 41% em relação a maio de 2020.

Foi a primeira vez que as derrubadas superaram 1 mil quilômetros quadrados desde que o Inpe começou a utilizar, em 2016, uma nova versão do sistema Deter, que verifica os alertas com mais precisão.

Inpe gera esses dados, quase em tempo real, para as equipes de fiscalização ambiental, que devem ir a campo para confirmar a devastação e multar os infratores.

Nas dez unidades de conservação federais mais desmatadas em maio, a floresta veio abaixo em uma área do tamanho de 9 mil campos de futebol.

Organizações ambientais avaliam que as derrubadas vêm aumentando na Amazônia porque existe uma sensação de impunidade entre aqueles que desmatam. Segundo elas, o Ministério do Meio Ambiente adotou medidas que enfraqueceram a fiscalização, dificultaram a aplicação de multas e o julgamento de infrações.

“Fez uma série de medidas, decretos, facilitando a vida de madeireiros ilegais. Então, hoje, o crime na Amazônia se sente muito à vontade, muito confortável para praticar seus ilícitos. Eles derrubam floresta esperando anistia, que não sejam punidos”, enfatiza Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.

Apesar do avanço da destruição em maio, quando se compara o acumulado dos últimos dez meses, o número de alertas do Inpe está 8% menor do que no período anterior.

“Os números dos próximos dois meses são fundamentais para a gente dizer se o desmatamento vai ser maior ou menor do que em 2020. Mas que ele vai ser muito alto, a gente já sabe”, finaliza Astrini.

O Jornal Nacional procurou o Conselho da Amazônia e o Ministério do Meio Ambiente, mas não teve resposta.

ABAIXO, MATÉRIA ORIGINAL

Autor