2020 foi o ano mais quente já registrado. Segundo especialistas no assunto, 2021 caminha para o mesmo patamar. Uma pesquisa da agência espacial norte-americana (Nasa) demonstrou que essa é uma tendência crescente, iniciada em 1960 e acentuada no último quinquênio, sem data para acabar.
No Brasil, pesquisadores que fazem parte do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas – IPCC, há anos já alertam para a importância de combater o desmatamento, promover recuperação florestal, mudar práticas agrícolas e frear a degradação das terras no mundo inteiro como medidas de combate à mudança do clima.
Em 2019, a Academia Brasileira de Ciências – ABC promoveu um seminário (veja aqui) para debater a Agenda 2030, um plano com 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e 169 metas, para erradicar a pobreza e promover vida digna para todos, dentro dos limites do planeta. São objetivos e metas claras, para que todos os países adotem, de acordo com suas próprias prioridades, e atuem no espírito de uma parceria global que orienta as escolhas necessárias para melhorar a vida das pessoas, agora e no futuro. O artigo também apresenta sugestões de cientistas com soluções fornecidas pela geoengenharia, como por exemplo, emular os efeitos das nuvens de poeira causadas por vulcões, com o objetivo de diminuir a intensidade dos raios do sol que atingem a terra.
Quem também tem mostrado bastante preocupação com o meio ambiente e o futuro do planeta é o bilionário Bill Gates, fundador da Microsoft.
Gates está financiando um polêmico projeto de geoengenharia solar, realizado por cientistas da Universidade de Harvard, denominado Stratospheric Controlled Perturbation Experiment (ScoPEX).
A proposta é espalhar partículas reflexivas de longa duração na alta atmosfera para bloquear a luz solar e diminuir o aquecimento global. Em outras palavras, Gates quer tampar o Sol com a poeira!
Para a execução do ambicioso projeto, todos os dias, mais de 800 aviões liberariam milhões de toneladas de carbonato de cálcio, CaCO3, um componente inofensivo do calcário, a uma altura de cerca de 20 quilômetros acima da superfície da Terra, espalhando tudo pela estratosfera, camada atmosférica entre a troposfera e a mesosfera.
Em teoria, essa poeira criaria um “escudo” gigante, cujas partículas refletiriam a luz do Sol e devolveriam o calor ao espaço, atenuando assim toda a energia que atravessa a atmosfera e protegendo a Terra de um aumento da temperatura.
Segundo os pesquisadores, o uso do procedimento poderia reduzir a temperatura global em 1,5°C a um custo de 1 a 10 bilhões de dólares por ano.
A ideia do estudo é baseada no efeito provocado por vulcões que entram em erupção e liberam poeira na atmosfera, baixando a temperatura da Terra.
Em julho de 2021, o grupo realizará o primeiro teste. “Planejamos usar um balão para transportar um pacote de instrumentos a, aproximadamente, 20 km na atmosfera. Chegando ao local, será liberada uma quantidade muito pequena do material para criar uma massa de ar perturbado, com cerca de um quilômetro de comprimento e cem metros de diâmetro. Em seguida, o mesmo balão fará medidas das mudanças resultantes na massa de ar perturbado, incluindo mudanças na densidade do aerossol, na química da atmosfera e na dispersão de luz”, explicam os cientistas.
O projeto tem controvérsias e é atacado por ambientalistas, pois não é possível saber exatamente o que acontecerá se todo o carbonato de cálcio for liberado, já que a reação na atmosfera pode ser diferente dos experimentos feitos em laboratório. Uma reação contrária ao efeito desejado também poderia ocorrer, ocasionando mudanças climáticas mais extremas.
Os ambientalistas também alertam que o projeto incentivaria os governos a não tomar medidas para conter o avanço do aquecimento solar e que gases de efeito estufa continuariam sendo emitidos, sem qualquer variação nos padrões atuais de consumo.
Com informações de www.tempo.com e https://www.correiobraziliense.com.br