Neste 30 de agosto, o SindCT completa 31 anos. Anos bem vividos e bem sofridos!
Diz o dicionário: “sindicato é uma associação para defesa e coordenação dos interesses econômicos e/ou profissionais de indivíduos (empregados, empregadores, profissionais liberais, autônomos etc.) que exercem a mesma atividade ou atividades similares ou conexas.”
Em resumo, sindicato é o instrumento de organização e luta dos trabalhadores em defesa dos interesses da sua classe e, portanto, sua força está diretamente relacionada à consciência, adesão e união dos seus trabalhadores. É comandando por uma diretoria eleita por seus pares, que exerce as funções de forma voluntária (no caso do SindCT).
Nosso sindicato, o SindCT, nasceu após a Constituição de 88, que permitiu a livre associação aos servidores públicos.
Em aniversários, é impossível não recordar de todas as campanhas salariais, da luta pela GATA, pela GDPC&T, pela GDACT, pela GQ e RT, por aposentados receberem as mesmas gratificações que os ativos…
Tivemos algumas derrotas, mas algumas de nossas vitórias foram históricas, como a campanha de 2008, que, em alguns níveis, mais que dobrou o salário do servidor, corrigindo 12 anos de arrocho salarial.
Ao longo dessa trajetória, também fomos marcados pelo trágico acidente com o VLS, há 17 anos, no Centro de Lançamento de Alcântara. Perdemos 21 vidas. Colegas de trabalho que não mediam esforços para alcançar a conquista do espaço. O acidente expôs a falta de investimentos no setor espacial e em toda a C&T.
Como em alguns períodos anteriores, hoje as instituições de pesquisa passam por um nítido processo de desmonte, sem recursos financeiros e humanos, sem verbas nem mesmo para serviços essenciais e manutenção de prédios, como faxina, pagamento de energia elétrica e água.
O INPE sofre constantes ataques do governo. Até mesmo a competência e a imparcialidade de seus servidores já foram questionadas. Há clara ação de esvaziamento e asfixia da instituição, de retirada de serviços, como o monitoramento do desmatamento na Amazônia e programas de satélites.
Faltam equipamentos! No CPTEC, o supercomputador Tupã já está ultrapassado.
No CEMADEN, pesquisadores se amontoam e se desdobram para cumprir o monitoramento 24 horas por dia, 7 dias da semana, com deficit de pessoal, num galpão que não serviria nem para telemarketing, quanto mais para pesquisa científica e tecnológica.
No DCTA, prédios que antes abrigavam 700 servidores em pesquisas, agora estão vazios.
Sobram pesquisas, sobram necessidades, tanto dos institutos como da nação, mas faltam verbas e servidores para desenvolvê-las. Não há perspectiva para reposição de pessoal.
Os poucos servidores que ainda trabalham nas instituições, também sofrem com o congelamento de salário, já anunciado pelo governo.
Para piorar, lembramos da Emenda Constitucional 95, do governo Temer e com o apoio de toda a direita e centrão e que congelou os investimentos por 20 anos. Os parcos recursos financeiros, além de congelados, não sofrem somente cortes, são mutilados, ano após ano. As instituições públicas de pesquisa, que nesta pandemia mostraram o quanto são necessárias para o bem estar da população, não sobreviverão a 5 anos de asfixia, quanto mais a 20 anos de congelamento.
Os sindicatos, criados para representar a classe trabalhadora, também passaram por ataques deste “governo” e foram e ainda são, alvos de fake news. Foram achincalhados e chamados de parasitas pelo atual “governo”. Tiveram suspensos os recebimentos das mensalidades sindicais, que no caso do SindCT, é sua única fonte de receita. Para os trabalhadores celetistas, a presença do sindicato na rescisão contratual deixou de ser obrigatória.
Neste ano atípico, estamos trabalhando de nossas casas, evitamos contato com quem amamos. Perdemos amigos, companheiros de lutas, familiares. E, ainda temos que seguir lutando contra o desmonte da Ciência, da Tecnologia, da Pesquisa, dos Institutos Públicos, da Saúde, da Educação, do País.
Não podemos esmorecer. Não vamos esmorecer!
Não deixaremos um governo retirar todos os direitos que conseguimos durante décadas de luta. Seguiremos em frente.
Que venham outros 31 anos! E mais 31… E muito mais!
O SindCT, ao lado dos servidores do INPE, DCTA, CEMADEN e AEB, estará sempre pronto para enfrentar qualquer batalha!
Juntos somos mais fortes.