RAPIDINHA 15
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Fogo em mata do INPE destrói equipamentos

Um incêndio de grandes proporções, iniciado nos arredores da rodovia Presidente Dutra, atingiu a área de mato, dentro do INPE de Cachoeira Paulista, na tarde deste domingo, 27/09.

O incêndio teve início, por volta das 13h, numa área próxima ao INPE e, durante 17 horas, queimou mais de 10 mil metros quadrados de mata. Toda área verde do INPE foi consumida pelo fogo.

Três caminhões do corpo de bombeiros das cidades de Guaratinguetá, Lorena e Cruzeiro estiveram no local e realizaram medidas de contenção, para que o fogo não chegasse aos prédios.

Infelizmente, o INPE possui equipamentos instalados na zona de mata, como radares e estações meteorológicas. Os servidores relataram que o fogo destruiu uma estação meteorológica utilizada pelo CPTEC e boias do projeto PIRATA, uma rede multinacional de observações, estabelecida para melhorar o conhecimento e compreensão das variabilidades das interações oceano-atmosfera na região do Atlântico Tropical.

Uma outra estação, utilizada pelo CEMADEN, teve seu funcionamento interrompido. O SindCT tentou contatar a instituição para saber se a estação foi comprometida pelo fogo ou se houve algum problema técnico, mas não obteve retorno.

Devido à fumaça densa, dez servidores, que trabalhavam no INPE no momento do incêndio, foram dispensados.

O INPE de Cachoeira Paulista, assim como todas as instituições de pesquisa no país, sofre com a falta de verbas para manutenção e limpeza. Nos últimos anos, a situação tem se agravado e a instituição só consegue realizar contratos de emergência (sem licitação) para limpeza dos prédios.

Há alguns meses, um servidor aposentado, que continua trabalhando no INPE como voluntário, pagou para a realização de limpeza do mato no entorno de um equipamento avaliado em US$ 1 milhão, aproximadamente, que precisava de manutenção. O servidor decidiu realizar o pagamento da limpeza da área porque o INPE não possuía previsão de quando retornariam os serviços de jardinagem.

A DESTRUIÇÃO DO INPE

O INPE está sob fogo cerrado, nos dois sentidos da frase!

Nos 20 meses do governo de Bolsonaro, os ataques ao Instituto têm sido intensos e destruidores. Estes ataques vêm do ministro do meio ambiente, Ricardo Sales, do Vice presidente, Hamilton Mourão e do Presidente da República, Jair Bolsonaro. Até a Polícia Federal entrou no jogo ao comprar imagens de satélite para uso próprio, imagens estas que, para as mesmas utilizações, o INPE produz e pode até trabalhar com mais especificidade.

Pois bem, agora o INPE de Cachoeira Paulista (onde existe o CPTEC, os laboratórios de propulsão, recepção de imagens entre outros) está queimando, literalmente, e também de forma violenta, devido a um incêndio surgido, ao que parece, em uma fazenda vizinha.

A queimada na fazenda cercou o Instituto em Cachoeira Paulista, destruiu equipamentos de campo e de testes. O estrago só não foi maior porque servidores interviram e iniciaram o combate às chamas, já que o fogo era intenso e as chamas muito altas.

E porque isso aconteceu? Poderia ser evitado ou atenuado?

O mato em volta de locais de pesquisa e desenvolvimento estava alto, seco e acumulado. O INPE está, atualmente, sem manutenção de corte e limpeza, sem pessoal para os serviços de roçado, trabalho este que, antigamente, era feito pelo pessoal de nível auxiliar que trabalhava na “área verde”, cuidando muito bem da instituição.

Nos últimos três anos a instituição tem sofrido violentos e sucessivos cortes de verbas, ficando até meses, sem pessoal de limpeza e serviços gerais.

E observemos “sem limpeza” em tempos de pandemia, com os servidores sendo convocados para a volta ao trabalho presencial.

Isso sem contar os ataques que Paulo Guedes e Bolsonaro fazem ao servidor com a sua “deforma administrativa”, que usa a imagem do servidor público como pano de fundo para destruir pontos importantes da estrutura social do país.

Quem quiser saber mais sobre os ataques sofridos pelo INPE, visite o nosso site www.sindct.org.br.

Veja, a seguir, imagens dos danos causados pelo incêndio, que nos foram enviadas por servidores, por meio do WhatsApp.

Crédito: Thiago Biscaro
Crédito: Thiago Biscaro
Crédito: Thiago Biscaro
Crédito: Thiago Biscaro
Crédito: Thiago Biscaro
Crédito: Thiago Biscaro
Crédito: Thiago Biscaro
Crédito: Thiago Biscaro
Crédito: Thiago Biscaro
Crédito: Thiago Biscaro