POVOS ORIGINÁRIOS
POVOS ORIGINÁRIOS

POVOS ORIGINÁRIOS

Existe mais de 180 povos indígenas, além de vários grupos isolados vivendo no bioma.

Vale do Javari - povos isolados

Ocupam uma área de cerca de 110 milhões de hectares. Para se ter uma ideia da grandiosidade, a terra Yanomami, localizada em Roraima e no Amazonas, possui mais de 25 mil indígenas.

Foto Bruno Kelly Amazonia Real TI Vale do Javari Kanamari Aldeia Massape Rio Itacoai

As terras indígenas possuem um papel fundamental para garantir a proteção dos direitos e da identidade desses povos, cujos meios de vida possibilitam a manutenção da floresta e de seus recursos há tantas gerações.

Etnia -Yanomami_Ajarani © Mário Vilela » FUNAI

Desde 1967, a Fundação Nacional do Índio (Funai) é o órgão indigenista oficial responsável pela promoção e proteção aos direitos dos povos indígenas de todo o território nacional.

Etnia-Yanomami_Ajarani © Mario Vilela FUNAI

Toda essa diversidade étnica e populacional dialoga com o manejo sustentável para a conservação da biodiversidade. Os povos e comunidades tradicionais da Amazônia encontram na caça, pesca e no extrativismo fonte de alimentação e renda. Além disso, alinham a esse modo de vida conhecimentos tradicionais que contribuem para a conservação do bioma e, assim, para a manutenção dos serviços ecossistêmicos. Essas populações domesticaram diversas espécies frutíferas da região o que reforça o potencial dessa atividade para o desenvolvimento sustentável da Amazônia.

Etnia-Wajapi-Roca-de-Mandioca-©-Mario-Vilela-

A garantia e proteção dos territórios tradicionais é fundamental para a manutenção das funções ecológicas do bioma e toda sua biodiversidade e para o desenvolvimento justo e sustentável. As práticas dos povos e comunidades possuem tradicionalmente uma lógica de manejo para a sustentabilidade, muitas vezes renegada pela sociedade, mas que vem se mostrando a alternativa mais viável para a sobrevivência da Amazônia.

Festa do Bemp – Aladeia Kriketum – Kayapó – Foto: Leonardo Prado FUNAI

A floresta amazônica é o único lugar no mundo onde as seringueiras crescem em estado selvagem.

Por gerações, os seringueiros fizeram a sua vida através da extração da seiva leitosa (chamado de látex), sem prejudicar as árvores.

Depois da Segunda Guerra Mundial a produção Brasileira de borracha entrou em crise de novo.

Apesar do preço baixo, a borracha permaneceu o principal produto de exportação do Acre. O que tinha mudado era a estrutura econômica.

Depois que a maioria dos seringalistas tinham falido muitos dos trabalhadores ficaram na área do seringal e se tornaram seringueiros posseiros, inclusive podendo cultivar a terra (que antes era interdito para eles), vendendo a borracha para revendedores ambulantes chamados “Regatões” ou “Mareteiros”.

Estes Mareteiros enganaram muito o seringueiro e mesmo como os antigos seringalistas mantiveram ele numa dependência econômica, o trabalho do seringueiro.

Regularmente o seringueiro anda nas trilhas que passam pelas seringas, em cujos troncos ele aplica cortes diagonais.

Assim o látex vai saindo e escorrendo num pote amarrado na árvore e pode ser recolhido na próxima volta. Este látex liquido antigamente foi aplicado em varas, os quais eram giradas na fumaça em cima da fogueira.

Com o calor o látex ficava solido e com a fumaça ficava resistente contra fungos. Assim se formavam fardos de borracha de mais ou menos meio metro de diâmetro. Esta técnica hoje em dia quase não se usa mais.

Hoje existem outras formas de processamento do látex sem fumaça. A forma de subsistência como seringueiro é até hoje a mais comum entre os moradores da floresta.

Os seringueiros de hoje, sendo a maioria índios ou mestiços, chamados “caboclos”, não extraem só o Látex, mas também outros produtos da floresta, principalmente a Castanha do Brasil.

Eles também exercem agricultura e caça para o próprio uso em pequena extensão.

Foto: SOS Amazônia/Assis Souza

As casas dos seringueiros são simples, cobertas de palha. Muitas vezes onde eles moram não tem escolas nem assistência médica.

O usufruto sustentável da floresta pluvial pelos seringueiros é uma forma de convivência harmoniosa e ecologicamente consistente de homem e floresta pluvial.

A situação ecológica da floresta amazônica é inseparavelmente ligada á situação econômica e social dos seringueiros

Embora não tão conhecidas como os povos indígenas e seringueiros, há também outras populações tradicionais nos meandros do bioma, como quilombolas, ribeirinhos, pescadores e pescadoras artesanais, agricultores familiares, piaçabeiros, peconheiros e outros.

Os quilombos, comunidades constituídas por homens e mulheres escravizados, que fugiram na época da escravidão, estão também na Amazônia. No bioma, há particularidades na formação dessas comunidades, pois muitas delas reuniram índios, mestiços e brancos junto aos negros escravizados.

Raposa Serra do Sol © Roberto Cruz » FUNAI

Essa população vive das condições oferecidas pela própria natureza, adaptando-se aos períodos das chuvas e têm, em sua cultura, a pesca artesanal como principal atividade de sobrevivência, mas também podem praticar o cultivo de pequenos roçados, extrativismo vegetal e, mais recentemente, o ecoturismo.

Tanto os habitantes da floresta, quanto os dos centros urbanos da região amazônica necessitam do monitoramento realizado pelo Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais – Cemaden.

O Cemadem realiza o monitoramento do volume dos rios, observando as chuvas, imagens de satélites, informações de radares e de fluviômetros.

Uma equipe multidisciplinar, trabalha 24 horas por dia, analisando o impacto dos fenômenos naturais no ambiente, para antecipar eventos de desastres e enviar alertas à Defesa Civil, para que possam realizar a remoção da população em áreas de risco antes do desastre ocorrer.

No escopo do Plano Nacional de Gestão de Riscos e Respostas a Desastres, o CEMADEN monitora, atualmente, 959 municípios em todas as regiões brasileiras.

Os municípios monitorados pelo CEMADEN têm histórico de registros de desastres naturais decorrentes de movimentos de massa (deslizamentos de encosta, corridas de massa, solapamentos de margens/terras caídas, queda/rolamento de blocos rochosos e processos erosivos) e/ou decorrentes  de processos hidrológicos (inundações, enxurradas, grandes alagamentos). Em complemento, os municípios monitorados devem ter as áreas de riscos para processos hidrológicos e geológicos identificados, mapeados e georreferenciados.