O Brasil na Global Water Partnership: experiências, atividades e participação
O Brasil na Global Water Partnership: experiências, atividades e participação

O Brasil na Global Water Partnership: experiências, atividades e participação

Participantes: Francisco de Assis de Souza Filho (mediador), Carlos Hiroo Saito, Synara Aparecida Olendzki Broch e Jorge Enoch Furquim Werneck Lima

Shirley Marciano

Esse painel traz um tema bastante importante e atual, a água. A cada dia, vem se tornando um assunto do cotidiano não só de quem é especialista na área, mas de toda a população. A discussão sobre a água é ampla, urgente e, em muitos aspectos, controversa.

O presidente da Global Water Partnership (GWP), com uma experiência de décadas de trabalho no setor, apresenta a GWP, descreve sua histórica, finalidade e atuação.

A GWP atua na promoção dos princípios da gestão integrada de recursos hídricos e da segurança hídrica. Foi fundada em 1996 pelo Banco Mundial, pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e pelo Ministério para Cooperação e Desenvolvimento da Suécia. É uma organização internacional, que tem como missão ajudar países na gestão sustentável de suas fontes de água. Além de agências de desenvolvimento e países membros da GWP, inclui ONGs e organizações de pesquisa. Hoje, cobre cerca de 180 países. No Brasil, sua atuação começou em 2005.

Seguem, abaixo, temas prioritários de interesse regional, com abordagem transversal, respeito a diversidade e combate às desigualdades sociais, conforme assembleia geral de Bogotá-2019:

Águas transfronteiriças;

Água e clima;

Objetivos de desenvolvimento sustentável;

Toolbox e Educação.

“Temos ações de âmbito global, expressos em um novo plano estratégico 2020-2025. Assim que foi elaborado e consolidado, produzimos um artigo científico para fazer o entendimento desse plano, que visa, basicamente, pensar na necessidade de uma ação urgente, coordenada, que leve a mudanças efetivas de atitude”, explica Saito.

Synara, que é da Associação Brasileira de Recursos Hídricos, explica que esta entidade é sem fins lucrativos e atua com o objetivo de congregar estudantes profissionais e instituições ligadas a recursos hídricos, em busca de avanço do planejamento e gestão hídrica, da pesquisa científica e do apoio ao ensino técnico.

Ela fala sobre a gestão de rios fronteiriços, das dificuldades legais, mas também sobre os importantes passos com relação às parcerias ocorridas nos últimos anos.

“As parcerias são fundamentais, especialmente nas questões fronteiriças, onde a situação das institucionalidades não está ainda muito bem consolidada. Ou seja, os aspectos jurídicos não são harmonizados ainda entre países. Então, a gente tem a possibilidade de um gerenciamento na nossa área territorial brasileira. Mas, da metade do rio para lá, que é onde está se compartilhando água com outros países, tem a soberania de cada um”, destaca Synara.

Sobre a parceria com a GWP, ela diz que tem sido uma janela de oportunidade porque a GWP tem países membros espalhados por todo o mundo, com experiências em localidades, que podem ser transportadas e aplicadas, tanto no âmbito de troca de informação, como nos fóruns de eventos técnicos-científicos.

Jorge, da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal, explica sobre o trabalho que lidera, o Projeto Produtor de Água do Pipiripau, localidade que possui um histórico de muitos conflitos.

“O principal objetivo do projeto é minimizar riscos e impactos de conflitos pelo uso da água na bacia do Pipiripau, que abrange 235km2, por meio de boa governança, gestão integrada de recursos hídricos (GIRH) e implementação de boas práticas em zonas agrícolas”.

O projeto começou em 2010 e foi implementado em 2014. São 17 instituições trabalhando juntas.